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Na pregação da Sexta-feira Santa, Frei Cantalamessa exorta os jovens à ousadia. "A direção oposta não é um lugar, mas uma pessoa: Jesus."
Cidade do Vaticano
O Papa Francisco presidiu na tarde da Sexta-feira Santa, na Basílica Vaticana, à celebração da Paixão de Cristo, com a adoração da Cruz e a pregação do Frei Raniero Cantalamessa sobre o tema: “Quem vê, dá testemunho.
Papa presidiu à celebração da Paixão de Cristo
(ANSA)
.Na pregação da Sexta-feira Santa, Frei Cantalamessa exorta os jovens à ousadia. "A direção oposta não é um lugar, mas uma pessoa: Jesus."
Cidade do Vaticano
O Papa Francisco presidiu na tarde da Sexta-feira Santa, na Basílica Vaticana, à celebração da Paixão de Cristo, com a adoração da Cruz e a pregação do Frei Raniero Cantalamessa sobre o tema: “Quem vê, dá testemunho.
"Ao verem que Jesus já estava morto, os soldados não lhe quebraram as
pernas, mas um deles abriu-lhe o peito com uma lança do qual saiu,
imediatamente, sangue e água. Quem viu este facto deu testemunho, - que é
digno de fé, pois ele sabe que diz a verdade - a fim de que vós
creiais".
Partindo desta citação do evangelista João, Frei Cantalamessa afirmou
que “ninguém jamais será capaz de nos convencer de que este testemunho
solene não corresponde à verdade histórica”. O autor, São João, - o
discípulo a quem Jesus amava, - estava no Calvário, aos pés da cruz,
junto com a Mãe Maria. Eles foram testemunhas oculares do facto!
Ele "viu" e “descreveu, não apenas o que acontecia sob o olhar de
todos, mas, sob a luz do Espírito Santo e dos eventos pascais, dando
sentido ao que havia visto. Naquele momento, estava a ser imolado o
verdadeiro Cordeiro de Deus e cumprido o sentido da Páscoa antiga:
Cristo na cruz era o novo Templo de Deus, de cujo peito jorra a água da
vida. Ele é o início da nova criação! Assim, João entendeu o profundo
significado das últimas palavras de Jesus: "Tudo está consumado".
Crucifixos
Sobre os inúmeros significados, que brotam da cruz de Cristo, o
pregador perguntou: Porquê a grande presença do Crucifixo nas nossas
igrejas, nos altares e em todos os lugares frequentados pelos cristãos? E
respondeu com uma chave de leitura deste mistério cristão: “Deus revela
o seu poder na fraqueza, sua sabedoria na loucura, sua riqueza na
pobreza”.
Esta chave de leitura não se aplica à Cruz, na qual Deus se revela na
sua realidade mais íntima e verdadeira, pois Deus é “ágape”, amor
oblativo; somente na cruz se entende a magnanimidade da autodoação de
Deus.
Juventude
Neste sentido, o Frei Capuchinho recordou o próximo Sínodo dos Bispos
sobre os Jovens. A Igreja quer colocá-los ao centro da sua preocupação
pastoral. A presença no Calvário do discípulo que Jesus amava representa
uma mensagem especial. João seguiu Jesus quando era muito jovem. Este
encontro pessoal e existencial foi a sua verdadeira paixão! O mistério
pascal da morte e ressurreição de Jesus, a sua Pessoa, representam o
núcleo do pensamento do evangelista.
João era, quase certamente, um dos dois discípulos de Batista que,
apareceu no início da vida pública de Jesus; o outro era André, irmão de
Pedro, e perguntaram-lhe: "Mestre, onde moras?". E Jesus respondeu:
"Venham e vejam! Então, desde aquela tarde, foram e ficaram com ele”.
O que Cristo espera dos jovens
Neste Sínodo sobre a Juventude, disse Frei Cantalamessa, deveremos
descobrir “o que Cristo espera dos jovens” e “o que eles podem dar à
Igreja e à sociedade”. Mas, o mais importante, é levar os jovens a saber
o que Jesus tem para lhes dar. João descobriu, ao ficar com Ele: Jesus é
“vida em abundância”! Jesus é “alegria plena”
Logo, encontrar-se pessoalmente com Cristo é possível também hoje,
porque ele ressuscitou; ele é uma pessoa viva, não um personagem
O evangelista João também deixou a sua mensagem aos jovens, na sua
primeira Carta: "Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes e a
Palavra de Deus permanece em vós... não ameis o mundo nem as coisas do
mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele".
Devemos estar no mundo, - disse o Pregador da Casa Pontifícia
-principalmente entre os pobres, os últimos, no mundo do sofrimento, da
marginalização o do egoísmo, sem, porém, a ele pertencer.
Ir contra a corrente
Na conclusão da sua pregação, nesta Sexta-feira da Paixão, o
capuchinho deixou um convite aos jovens cristãos: “Sejam como aqueles
que vão na direção oposta! Atrevam-se a ir contra a corrente! A direção
oposta não é um lugar, mas uma pessoa: é Jesus, nosso amigo e
redentor!”. Mas, foi-lhes confiada também uma tarefa especial: “Salvar o
amor humano”.
Na cruz, Deus se revelou como Ágape, o Amor que se doa. Por isso, não
devemos renunciar às alegrias do amor, mas ter a capacidade de se doar
ao próximo: "Há mais alegria em dar do que em receber", diz São Paulo.
Porém, é preciso preparar-se para a doação total de si, seja através
do matrimónio seja da vida consagrada, começando com a doação do próprio
tempo, do sorriso, da própria juventude em família, na paróquia, no
voluntariado.
Jesus na cruz não nos deu apenas o exemplo de extrema doação por
amor: a água e o sangue, jorrados do seu peito, chegam até nós pelos
sacramentos da Igreja e pela Palavra.
Contemplemos, com fé, o Crucifixo.
Contemplemos, com fé, o Crucifixo.
(Tradução Thácio Siqueira)
VATICAN NEWS
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