Papa preside missa com o rito do lava-pés entre os encarcerados
O Papa Francisco mantém a tradição e
celebra a Missa da Ceia do Senhor, com o rito do lava-pés, entre os
encarcerados. Ouça o comentário do Pe. Gianfranco Graziola,
vice-coordenador da Pastoral Carcerária Nacional.
Cidade do Vaticano -
Cárcere para Menores "Casal del Marmo", Novo Pavilhão do Presídio de
Rebibbia, Centro para requerentes do Asilo em Castelnuovo di Porto, Casa
de Reclusão de Paliano, Prisão de Regina Caeli.
Também este ano a tradição repete-se: o Papa celebra a Santa Missa em
Coena Domini nos “Gólgotas modernos”, como os define o vice-coordenador
da Pastoral Carcerária, Pe. Gianfranco Graziola. O local onde diariamente os nossos irmãos e irmãs são crucificados, condenados à morte e executados:
Papa Francisco escolheu realizar novamente o “Lava-pés” num
estabelecimento prisional, o de Regina Coeli em Roma. Aparentemente,
pode parecer um simples ato que nestes últimos anos faz parte do
calendário das celebrações litúrgicas da Semana Santa do Bispo de Roma.
Na realidade, a opção de Francisco continua a incomodar e a questionar os puritanos da liturgia que não vêem com bons olhos este
gesto que, na sua profundidade, questiona a liturgia espetáculo no qual
infelizmente se transformaram muitas das nossas celebrações, reduzindo a
própria mensagem evangélica a individualismo, sentimentalismo, ou como
ele próprio frequentemente repete “mundanismo”.
E como não recordar outra opção de Francisco de dar a este momento
celebrativo um caráter reservado, limitando ao essencial a presença dos
meios de comunicação, reafirmando um princípio importante: o do encontro
com a pessoa que, na sua sacralidade, precisa de ser respeitada e
valorizada.
Mas existe outra mensagem importante na gestualidade e nas opções de
Francisco: a de atualizar e encarnar a mensagem evangélica nas
realidades periféricas do nosso tempo, e entre elas aquelas que mais
questionam, como o caso dos cárceres, os “Gólgotas” modernos, onde
diariamente tantos irmãos e irmãs nossos são crucificados, condenados à
morte e executados.
Indo a Regina Coeli, o Papa Francisco reafirma e confirma a
identidade da Igreja e das comunidades cristãs: a de uma Igreja
Samaritana, Cirenea e Verónica, capaz de parar diante do sofrimento da
humanidade, de ajudar a carregar o peso da dor e de expressar a sua
ternura enxugando as suas lágrimas e limpando o seu rosto ensanguentado.
Ao mesmo tempo, ele anuncia e expressa uma Igreja viva, presente na
história da humanidade capaz de manifestar e comunicar ao nosso tempo e à
história a vida plena de Jesus Ressuscitado.
Feliz e Santa Páscoa.
VATICAN NEWS
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