Papa retoma celebrações na Capela da Casa Santa Marta (© Servizio Fotografico L'Osservatore Romano) |
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Ao retomar as celebrações na capela da Casa Santa Marta, o Papa Francisco alertou que a tendência do ser humano de agredir os mais fracos é uma das marcas do pecado original e não é inspirada pelo Espírito Santo. Por isso, devemos pedir ao Senhor a graça da compaixão, que é de Deus.
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Ao retomar as celebrações na capela da Casa Santa Marta, o Papa Francisco alertou que a tendência do ser humano de agredir os mais fracos é uma das marcas do pecado original e não é inspirada pelo Espírito Santo. Por isso, devemos pedir ao Senhor a graça da compaixão, que é de Deus.
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Cidade do Vaticano
A tendência a agredir os mais fracos é uma das marcas do pecado
original, e se temos este desejo, é porque o diabo está ali. Deus, ao
contrário disto, é compaixão.
A primeira leitura proposta pela liturgia do dia inspirou a homilia
do Papa Francisco ao retomar as celebrações na Capela da Casa Santa
Marta, após a pausa pelas festas de Natal.
A passagem, extraída do Livro do Profeta Samuel, narra a história dos pais do profeta, Elcana e Ana.
Elcana tinha duas mulheres: Ana, que era estéril, e Penina, que tinha filhos.
Penina, ao invés de consolar Ana, não perde a ocasião para humilhá-la
e a maltratá-la, recordar-lhe constantemente a ela a sua esterilidade.
O Papa observa que noutras páginas da Bíblia acontece a mesma
coisa, citando o que ocorre entre Agar e Sara, as mulheres de Abraão,
sendo a segunda estéril.
Mas ridicularizar e desprezar os mais fracos é um comportamento dos homens, como no caso de Golias diante de Davi.
Mais ainda – disse Francisco – pensemos na mulher de Jó, ou na de Tobias, que desprezam os seus maridos sofredores:
“Eu interrogo-me,: o que existe dentro destas pessoas? O que existe
dentro de nós, que nos leva a desprezar, a maltratar, a ridicularizar os
mais fracos? Compreende-se que alguém se ofenda com quem é mais forte:
pode ser a inveja que te leva (a isso)... Mas, e os mais fracos? O que
existe dentro (de nós) que nos leva (a isso)? É algo que é corriqueiro,
como se eu tivesse a necessidade de desprezar o outro para me sentir
seguro. Como uma necessidade...”
Também entre as crianças acontece isto – observa o Papa – recordando uma situação da sua infância,: em que no seu bairro vivia uma senhora,
Angiolina, com uma doença mental e vagueava pelas ruas o dia
inteiro.
As mulheres davam-lhe algo para comer e alguma roupa, mas as
crianças enganavam-na. Diziam: ‘Vamos atrás da Angiolina para nos
divertirmos um pouco’”.
“Quanta maldade nas crianças! – comenta Francisco – ofender os mais fracos!”:
“E hoje vemos o mesmo continuamente, nas escolas, com o fenómeno
do bullying: (bulismo), agredir o fraco, porque é gordo, ou porque é assim, ou é estrangeiro, ou porque é negro, por
isto...agredir, agredir... As crianças, os jovens... Não somente Penina,
ou Agar, ou as mulheres de Tobias e de Jó: também as crianças. Isto
significa que existe algo dentro de nós que nos leva a isto. À agressão
dos fracos. E acredito que seja uma das marcas do pecado original”.
Talvez os psicólogos – afirma o Papa – tenham a sua explicação para
este desejo de aniquilar o outro porque é fraco, mas eu digo que, “esta é
uma das marcas do pecado original e.Isto é obra de satanás”. Em satanás,
de facto, não existe compaixão:
“E assim, da mesma forma quando temos um bom desejo de fazer uma boa obra, uma obra de caridade, dizemos “é o Espírito Santo que me
inspira a fazer isto”, e quando damos conta que temos dentro de
nós este desejo de agredir alguém porque é fraco, não duvidemos: o diabo
está ali. Porque isto é obra do diabo, agredir o fraco”.
“Peçamos ao Senhor – conclui Francisco – que nos dê a graça da
compaixão: esta é de Deus”, Ele que “tem compaixão de nós e nos ajuda a
caminhar”.
VATICAN NEWS
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