Mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais (Vatican Media @Vatican Media) |
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Mensagem de Francisco aos comunicadores
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Alessandro Gisotti – Silvonei José – Cidade do Vaticano
Mensagem de Francisco aos comunicadores
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Alessandro Gisotti – Silvonei José – Cidade do Vaticano
Nesta quarta-feira, 24 de janeiro, memória de São Francisco de Sales,
padroeiro da imprensa católica, foi divulgada por ocasião do Dia
Mundial das Comunicações Sociais a mensagem do Papa Francisco aos
comunicadores de todo o mundo. O tema é: "A verdade vos tornará livres
(Jo 8,32). Fake News e jornalismo de paz".
Numa mensagem articulada em 4 pontos, o Papa Francisco pede aos
homens da comunicação que voltem aos fundamentos de sua profissão, ou
melhor, à sua “missão”: “ser guardiões das notícias”.
O tema da mensagem é de grande atualidade, no entanto, o Papa recorda
que já em 1972 o seu predecessor Paulo VI escolhera para o Dia das
Comunicações Sociais o tema da informação “ao serviço da verdade”.
Precisamos de um jornalismo que “não queime as notícias”, mas busque
sempre a verdade e seja sempre “comprometido a indicar soluções
alternativas às “escalation” do clamor e da violência verbal”.
A desinformação desacredita as pessoas e fomenta conflitos
Na primeira parte da Mensagem, o Papa analisa o fenómeno das “fake
news”. As falsas notícias, observa, visam “enganar e até mesmo manipular
o destinatário”. Observa que às vezes sua difusão visa “influenciar as
escolhas políticas e favorecer os lucros económicos”. Hoje em dia, sua
difusão “pode contar com um uso manipulador das redes sociais” que
tornam “virais” as notícias falsas.
O drama da desinformação, adverte Francisco, é “o descrédito do
outro, a sua representação como inimigo” que pode até mesmo “fomentar
conflitos”. Francisco destaca que muitas vezes afunda as suas raízes “na
sede de poder” que “se move de falsidade em falsidade para nos roubar a
liberdade do coração”.
Fake news baseiam-se na “lógica da serpente”, nunca são inofensivas
Todos, exorta a Mensagem, somos chamados a contrastar essas
falsidades e chamar a atenção para as “iniciativas educativas” que
ajudam a “não ser divulgadores inconscientes de desinformação, mas
atores do seu desvendamento”. E aqui o Papa, voltando ao Livro do
Gênesis, observa que, na base das notícias falsas, há a “lógica da
serpente” que, de alguma forma, tornou-se “artífice da primeira fake
news”.
O tentador, lê-se na Mensagem, “assume uma aparência credível” e
concentra-se "na sedução que abre caminho no coração do homem com
argumentos falsos e sedutores”. Precisamente como as notícias falsas.
Este episódio bíblico mostra que “nenhuma desinformação é inofensiva;
antes pelo contrário, fiar-se naquilo que é falso produz consequências
nefastas”, já que também “uma distorção da verdade aparentemente leve
pode ter efeitos perigosos”.
A busca da verdade é o mais radical antídoto ao vírus da falsidade
Ver também:
“Quem mente a si mesmo e escuta as próprias mentiras – escreve
Francisco citando Dostoevskij, autor que muito aprecia - chega ao ponto
de já não poder distinguir a verdade”. E precisamente a verdade,
sublinha a Mensagem, é o antídoto mais radical ao “vírus da falsidade”.
Portanto, ampliando o horizonte, o Papa enfatiza que a “libertação da
falsidade e a busca do relacionamento” são os “dois ingredientes que
não podem faltar, para que as nossas palavras e os nossos gestos sejam
verdadeiros, autênticos e fiáveis”.
O jornalista seja “guardião das notícias”, vencendo a lógica do scoop
As pessoas e não as estratégias, sublinha o Papa, são o melhor
“antídoto contra falsidades”. As pessoas, acrescenta, que “livres da
ambição, estão prontas a ouvir e, através da fadiga dum diálogo sincero,
deixam emergir a verdade”. Evidencia assim a responsabilidade dos
jornalistas ao informar.
O jornalista, observa a Mensagem, é o “guardião das notícias” e tem a
tarefa, “no frenesim das notícias e na voragem dos “scoop”, de lembrar
que, no centro da notícia, não estão a velocidade em comunicá-la nem o
impacto sobre a “audience”, mas as pessoas”.
Promover um jornalismo de paz que cria comunhão
A Mensagem de Francisco termina com um forte apelo para um
“jornalismo da paz”. Não se trata, adverte, de um "jornalismo
«bonzinho», que negue a existência de problemas graves”, mas de um
jornalismo sem fingimentos, hostil às falsidades, a “slogans”
sensacionais e a declarações bombásticas”. Serve, escreve o Papa, um
jornalismo “feito por pessoas para as pessoas, um jornalismo como
“serviço”, que dê voz a quem não tem voz.
O documento foi concluído com uma oração inspirada em São Francisco.
Fazei-nos reconhecer o mal que se insinua numa comunicação que não
cria comunhão, é a invocação do Papa, “onde houver sensacionalismo,
fazei que usemos sobriedade; e onde houver falsidade, fazei que levemos
verdade”.
VATICAN NEWS
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