Em
mais uma madrugada acordado, veio ao meu coração, ao meu pensamento, esta
frase: Perdoar é também desejar o bem para os que nos ofendem!
Fiquei
então ali a pensar nesta frase e rezando, pedindo ao Espírito Santo que me
desse o discernimento para tal frase, apesar de a mesma ser bem clara e
concisa.
Não
basta apenas perdoar como um acto da nossa vontade, (iluminada por Deus,
claro), mas para que esse perdão seja efectivo, ou melhor, para que ele se
torne em paz verdadeira para nós e para os outros, temos que ir mais longe,
temos que desejar o bem àqueles que nos ofendem.
Só
esse desejo, que acompanha o perdão, leva à mudança de atitude interior e
exterior para com aquele que nos ofende.
Mas
para que tal mudança aconteça em nós, (e já sabemos como é difícil perdoar,
quanto mais desejar o bem ao ofensor), é preciso a conversão, a mudança
interior, e para isso acontecer, apenas com o auxílio de Deus, envoltos no Seu
amor, podemos conseguir.
Assim
precisamos rezar por quem nos ofende, porque será essa oração, pelo amor de
Deus, que irá transformando o nosso coração, os nossos pensamentos, e nos
levará, para além do perdão, a desejar o bem para quem nos ofende.
E
então, quando tal acontece, a paz é imensa, a alegria interior é uma verdade, e
nós sentimo-nos incrivelmente bem.
O
perdão une, a falta de perdão divide!
Com
efeito, o perdão é coisa divina, é amor, e assim sendo une, constrói, dá vida,
dá paz, dá alegria.
A
falta de perdão é rancor, ressentimento, (que por vezes até leva ao ódio), e
portanto destrói, mata, causa tristeza, divide.
E
nós sabemos bem de onde vem aquilo que divide, quem é aquele que divide!
Pensamos
muitas vezes que tal ofensa, tal ofensor, não seremos capazes de perdoar.
Mas
o perdão é um acto da nossa vontade, e como tal tem que partir de nós essa
vontade.
Se
desejamos perdoar, se temos essa vontade, Deus conhece esse desejo, essa
vontade em nós, e se nos colocarmos perante o Seu amor, se Lhe pedirmos ajuda
na oração contínua, não só por nós, mas rezando também pelo ofensor, lentamente
Ele irá colocando no nosso coração, na nossa vida, a paz e a força necessária,
para não só perdoarmos, mas também para acabarmos por desejar o bem para o
nosso ofensor.
E
então ficamos unidos interiormente, já não há divisão em nós, e a paz
instala-se, afastando a tristeza, a amargura, que tantas vezes leva ao mal-estar
psíquico e físico.
Deus
é a união perfeita na Santíssima Trindade, por isso tudo o que vem de Deus é
união, é amor.
Por
isso só unidos interiormente, só unidos aos outros pelo amor que Deus coloca em
nós, estaremos em comunhão com Deus.
Por
isso, também, o perdão é “coisa” divina, a que o homem tem acesso, pela graça
de Deus!
Marinha
Grande, 23 de Janeiro de 2018
Joaquim
Mexia Alves
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