Papa Francisco falou sobre os desafios da educação (© Servizio Fotografico L'Osservatore Romano) |
Os desafios da educação foram o tema do discurso do Papa Francisco aos cerca de 400 membros da Associação Italiana de Professores Católicos. De modo especial, pediu "cumplicidade" entre pais e educadores.
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Cidade do Vaticano
O Papa Francisco concluiu a sua série de audiências na manhã de
sexta-feira (05/01) recebendo a Associação Italiana dos Professores
Católicos.
Na Sala Clementina, no Vaticano, o Pontífice pronunciou um discurso
no qual propôs aos membros da Associação três temas: a cultura do
encontro, a aliança entre escola e família e a educação ecológica.
O Papa pediu a promoção da cultura do encontro de forma mais extensa e
incisiva, exortando os professores a estimularem nos alunos a abertura
ao outro como irmão e irmã.
Bullying
Para ele, o desafio é cooperar para formar jovens
abertos e interessados na realidade que os circunda, livres do
preconceito segundo o qual para se impor é preciso ser competitivo e
agressivo, especialmente diante de quem é diferente, e citou o fenómeno
do bullying. “Infelizmente, este é o ‘ar’ que com frequência as nossas
crianças respiram, e o remédio é fazer de modo que possam respirar um ar
diferente, mais saudável, mais humano. Para este fim, é muito
importante a aliança com os pais.”
Pacto rompido
Francisco declarou-se convicto do rompimento do pacto educativo entre
escola, família e Estado. Antigamente, afirmou, havia um fortalecimento
recíproco entre os estímulos dados pelos professores e aqueles
oferecidos pelos pais. Mas a partir do momento que esta sinergia não
acontece mais de modo “natural”, é preciso favorecê-la com planeamento,
inclusive com a contribuição de especialistas no campo pedagógico.
Todavia, antes disso, o Papa defendeu uma nova “cumplicidade” entre
professores e pais, não como antagonistas, mas cúmplices na tarefa da
educação – o que definiu como “cumplicidade solidária”.
Educação ecológica integral
O terceiro aspecto destacado pelo Santo Padre foi o da educação
ecológica que, segundo ele, não se trata somente de dar algumas noções,
mas de educar a um estilo de vida baseado numa atitude de proteção da
casa comum.
“Um estilo de vida que não seja esquizofrénico, que, por exemplo,
cuide dos animais em extinção, mas ignore os problemas dos idosos; ou
defenda a floresta amazónica, mas se esqueça dos direitos dos trabalhadores
a um salário justo, e assim por diante. Isso é esquizofrenia. Não. A
ecologia para a qual educar deve ser integral.”
De modo especial, Francisco citou a educação no sentido de
responsabilidade, não transmitindo slogans, mas suscitando o prazer de
experimentar uma ética ecológica partindo de escolhas e gestos de vida
cotidiana.
O Papa concluiu encorajando a perseverarem no trabalho da Associação e
exortou: “Não tenham medo das diferenças e também dos conflitos que
normalmente existem nas associações laicais; não os escondam, mas os
enfrentem com estilo evangélico, na busca do verdadeiro bem da
associação”.
VATICAN NEWS
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