14 janeiro, 2018

Dia do Migrante: pecado é renunciar ao encontro com o outro, afirma o Papa


Papa celebrou o Dia Mundial do Migrante com missa na Basílica Vaticana  (Vatican Media)


No Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, Francisco presidiu à santa missa com milhares de estrangeiros na Basílica Vaticana. Na sua homilia, encorajou os fiéis a superarem o medo e o receio e a se abrirem ao encontro do outro.
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Cidade do Vaticano
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Migrantes e refugiados de 49 países participaram da missa celebrada na manhã de domingo (14/01) pelo Papa Francisco na Basílica Vaticana, no Dia Mundial dedicado a eles.
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Entre os nove mil fiéis presentes, de vários ritos, havia indianos, ucranianos, cabo-verdianos, filipinos, sírios, congoleses, mexicanos, brasileiros, entre outros. A celebração foi animada pelo coral “Hope” de Turim, que nesta ocasião foi integrado por vários migrantes.

Na homilia, o Pontífice citou o Evangelho do dia, em que  os dois discípulos de João perguntam a Jesus: “Onde moras?”, deixando a entender que da resposta a esta pergunta depende o seu juízo acerca do mestre de Nazaré. A resposta de Jesus: “Vinde ver!” abre a um encontro pessoal, que inclui um tempo adequado para acolher, conhecer e reconhecer o outro.

“O seu convite ‘Vinde ver!’ é hoje dirigido a todos nós, comunidades locais e recém-chegados. É um convite a superar os nossos medos para poder ir ao encontro do outro, para o acolher, conhecer e reconhecer. É um convite que oferece a oportunidade de se fazer próximo do outro para ver onde e como vive”, disse o Papa.

 No mundo de hoje, prosseguiu, para os recém-chegados, acolher, conhecer e reconhecer significa conhecer e respeitar as leis, a cultura e as tradições dos países em que são acolhidos. Para as comunidades locais, acolher, conhecer e reconhecer significa abrir-se à riqueza da diversidade sem preconceitos, compreender as potencialidades e as esperanças dos recém-chegados, bem como a sua vulnerabilidade e os seus temores.
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Todavia, recordou Francisco, o encontro autêntico com o outro não termina no acolhimento, mas compromete em outras três ações evidenciadas na Mensagem para este Dia: proteger, promover e integrar.

O Papa admite que não é fácil entrar numa cultura alheia. “E assim renunciamos com frequência ao encontro com o outro e erguemos muros para nos defendermos.”

As comunidades locais, por vezes, têm medo que os recém-chegados perturbem a ordem constituída, “roubem” algo daquilo que se construiu com tanto esforço. Os recém-chegados também têm medos: receiam o confronto, o juízo, a discriminação, o fracasso.

Estes medos são legítimos, fundados em dúvidas plenamente compreensíveis de um ponto de vista humano. “Ter dúvidas e receios não é um pecado”, disse Francisco. O pecado é outro:
“ O pecado é deixar que estes medos determinem as nossas respostas, condicionem as nossas escolhas, comprometam o respeito e a generosidade, alimentem o ódio e a recusa. O pecado é renunciar ao encontro com o outro, com o diverso, com o próximo, que de fato é uma ocasião privilegiada de encontro com o Senhor. ”
A nossa oração de hoje, finalizou Francisco, brota deste encontro com Jesus presente no refugiado e no requerente de asilo. É uma oração recíproca: migrantes e refugiados oram pelas comunidades locais, e as comunidades locais oram pelos recém-chegados e pelos migrantes de mais longa permanência.

“À materna intercessão de Maria Santíssima confiamos as esperanças de todos os migrantes e refugiados do mundo e as aspirações das comunidades que os acolhem, para que aprendamos todos a amar o outro, o estrangeiro, como amamos a nós mesmos.”

VATICAN NEWS

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