(RV) Cidade do Vaticano: O Papa Francisco presidiu
hoje, domingo, 05 de Novembro de 2017, às 12 horas locais de Roma, na
Praça de S. Pedro, a habitual cerimónia mariana do Ângelus. Milhares de
fiéis e peregrinos, provenientes de diversas partes da Itália e do
mundo, congregaram-se, como de costume, na Praça da cidade Vaticana para
assistir à cerimónia Mariana do Ângelus deste XXI domingo do tempo
comum.
Na sua alocução, Francisco iniciou por recordar que o Evangelho deste
domingo (Mt 23, 1-12), foi ambientado nos últimos dias da vida de Jesus
em Jerusalém: eram por isso, observou o Santo Padre, “dias carregados
de expectativas e de tensões. De uma parte, Jesus que dirige críticas
severas aos escribas e aos fariseus; e da outra parte, deixa importantes
“encomendas” para os cristãos de todos os tempos e portanto,
acrescentou o Pontífice, também para nós hoje em dia.
Ele disse à multidão: “na cadeira de Moisés, sentaram-se os escribas e
os fariseus. Fazei e observai tudo quanto vos disserem”. Isso significa
que eles tinham a autoridade de ensinar o que estava de acordo com a
Lei de Deus. Todavia, observou Francisco, Jesus acrescenta: “mas não
imiteis as suas obras, porque eles dizem e não fazem”. Trata-se, para o
Santo Padre, de um defeito frequente das autoridades civis e eclesiais:
eles têm a autoridade de exigir algo dos outros, até mesmo de coisas
justas, que porém eles mesmos não praticam.
Disse Jesus: “Atam fardos pesados e põem-nos aos ombros dos homens,
mas eles nem com o dedo os querem mover”. Esta atitude, é um mau
exercício da autoridade, que deveria no entanto, atingir a sua força
primária próprio a partir da prática do bom exemplo. A autoridade nasce
do bom exemplo, para ajudar os outros a praticar o que é justo e
constitui um dever, apoiando-os nas provações que encontram ao longo do
caminho que conduz ao bem. A autoridade é uma ajuda, mas se é exercida
de forma negativa, torna-se opressiva, não deixa crescer as pessoas e
cria um clima de desconfiança e de hostilidade, mas sobretudo, conduz à
corrupção.
Jesus, acrescenta o Pontífice, denuncia abertamente alguns
comportamentos negativos dos escribas e dos fariseus: “gostam do
primeiro lugar nos banquetes e dos primeiros assentos nas sinagogas, das
saudações nas praças públicas”. Esta, observa o Santo Padre, é uma
tentação que corresponde à soberbia humana e que nem sempre é fácil de
vencer. Trata-se, daquela atitude de viver só por aparência.
Sucessivamente, disse Francisco, Jesus entrega às “encomendas aos
seus discípulos”: não vos deixeis tratar por Mestres, porque um só é o
vosso Mestre e vós sois todos irmãos. (…) Nem vos deixeis tratar por
Doutores, porque um só é o vosso doutor, o Messias.(…)Aquele que for
maior entre vós será o vosso servo”.
Nós discípulos de Jesus não devemos procurar títulos de honra ou de
supremacia, pois entre nós deve existir uma atitude fraterna. Para mim,
pessoalmente, angustia profundamente, ver pessoas que correm diariamente
e conscientemente atrás dos títulos de honra, das vaidades mundanas.
Somos todos irmãos e não devemos, de forma alguma, prevalecer sobre os
outros. Se recebemos qualidades do Pai celeste, devemos colocá-las ao
serviço dos irmãos e não aproveitar delas para as nossas satisfações
pessoais. Não devemos considerar-nos superiores aos outros. A modéstia é
essencial para uma existência que quer ser conforme ao ensinamento de
Jesus, que é humilde de coração e veio ao mundo não para ser servido,
mas para servir.
Que a Virgem Maria, concluiu dizendo o Papa, “humilde e ao mesmo
tempo, a mais elevada das criaturas”, nos ajude com a sua materna
intercessão, a fugirmos do orgulho e da vaidade, e a sermos dóceis ao
amor que vem de Deus, para o serviço dos nossos irmãos e para a sua
alegria que será também nossa”.
Após a recitação da oração mariana do Ângelus, Francisco informou aos
milhares de fiéis e peregrinos presentes na Praça de S. Pedro que,
disse, ontem, na cidade indiana de Indor, foi proclamada Beata, Regina
Maria Vattali, religiosa da Congregação das Irmãs Clarissas
Franciscanas, assassinada por causa da sua fé cristã em 1995. A Irmã
Vattali, acrescentou Francisco, testemunhou Cristo no amor e na
humildade, e ela se une de agora em diante à longa lista dos mártires do
nosso tempo. Que o seu sacrifício, concluiu dizendo o Santo Padre, seja
semente de fé e de paz especialmente em terra indiana. Ela era muito
boazinha e todos a chamavam a Irmã do sorriso”, observou Francisco,
agradecendo à todos pela presença e augurando-lhes um bom domingo. Como
de costume, Francisco recordou, mais uma vez à todos os presentes, que
por favor, não esqueçam de rezar por Ele.
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