(RV) O Papa
Francisco recebeu neste sábado em audiência, na Sala Clementina, 46
líderes do “Secretariado do Fórum das Ilhas do Pacífico”. Nas palavras
que lhe dirigiu, o Papa sublinhou que com a sua presença representam as
diferentes realidades existentes nessa região tão rica de belezas
culturais e naturais. Infelizmente – continuou – é uma região que
suscita preocupações pois que as suas populações são vulneráveis aos
fenómenos de mudanças climáticas que são frequentes e intensas. O Papa
disse pensar também no elevado impacto da subida do nível da água do mar
e no declínio da barreira coralina, ecossistema marinha de grande
importância. A este respeito recordou a pergunta lançada há já cerca de
30 anos pelos bispos das Filipinas: “quem transformou as maravilhas do
mundo marinho em cemitérios submarinos despidos de vida e cores?”. As
causas disto são numerosos e muitas delas estão ligadas ao comportamento
humano, à exploração dos recursos naturais e humanos, cujo impacto vai
até ao fundo dos oceanos. Recordando depois que os problemas climáticos
têm sido debatidos em vários fóruns, entre os quais a COP23 que está a
decorrer estes dias em Bona, sob a presidência das ilhas Fidji, o Papa
exprimiu este desejo:
“Formulo o desejo de que os trabalhos da COP-23, assim como
as seguintes estejam à medida de ter sempre presente no espírito esta
“Terra sem fronteiras, onde a atmosfera é extremamente fina e frágil”
como a descrevia um astronauta actualmente na órbita na Estação espacial
internacional, com os quais tive recentemente um diálogo interessante”.
O Papa recordou depois a necessidade de um tomada de “consciência
mundial, de uma colaboração e uma solidariedade internacional, uma
estratégia partilhada que não permite permanecer indiferente perante
graves problemas como a degradação do ambiente natural e da saúde dos
oceanos, ligada à degradação humana e social que vive a humanidade de
hoje”.
As distancias geográficas e temporais – disse ainda Francisco no seu
discurso em francês – são anuladas por um mundo onde tudo está
interligado. Mas, trinta anos depois da pergunta dos bispos filipinos,
não se pode dizer que a situação do ecossistema marinho tenha melhorado e
o Papa lança então uma outra pergunta:
“Que género de mundo queremos deixar àqueles que nos sucedem, às crianças que crescem”
Esta questão, rematou Francisco, não diz respeito só ao ambiente, de
forma isolada, mas da orientação geral do mundo que queremos deixar às
gerações vindouras, do seu sentido, dos seus valores.
(DA)
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