Cidade do
Vaticano (RV) – Quarta-feira é dia de Audiência Geral no Vaticano. O
Papa Francisco recebeu milhares de fiéis e peregrinos na Praça S. Pedro
e, antes de sua catequese, os saudou a bordo do seu papamóvel. Do
Brasil, havia inúmeros membros da Comunidade Obra de Maria.
Neste
Ano Jubilar, o Pontífice tem feito suas catequeses sobre o tema da
misericórdia. Nesta quarta, ele comentou o trecho bíblico lido no início
da Audiência, extraído do Evangelho de Lucas. Trata-se do episódio da
mulher pecadora que chorou seus pecados aos pés de Jesus, quando Ele Se
encontrava à mesa na casa de um fariseu chamado Simão.
Este, embora tenha convidado Jesus, não quer comprometer nem arriscar
a reputação com o Mestre, enquanto a mulher se confia plenamente a
Jesus com amor e veneração. Esta atitude é típica de um certo modo de
entender a religião, explicou Francisco, e è motivada pelo fato de que
Deus e o pecador se opõem radicalmente. Mas a Palavra de Deus nos ensina
a distinguir entre o pecado e o pecador.
“Entre o
comportamento do fariseu e o da pecadora, o Senhor escolhe a mulher.
Livre de preconceitos que impeçam a misericórdia de se expressar, o
Mestre deixa que ela faça o que lhe diz o coração: Ele Se deixa tocar
por ela, sem medo de ser contaminado. Jesus é livre, porque está próximo
de Deus. E esta proximidade ao Pai Misericordioso, dá a Cristo a
liberdade”, acrescentou.
Dirigindo-Se à mulher, Jesus diz: “Os teus pecados estão perdoados”.
Assim, acaba com aquela condição de isolamento a que pecadora foi
condenada pelos juízos de Simão e os fariseus. Francisco explicou:
“De um lado, está a hipocrisia dos doutores da lei. De outro, a
sinceridade, a humildade e a fé da mulher. Todos somos pecadores, mas
muitas vezes caímos na tentação da hipocrisia, de acreditar que somos
melhores que os outros. Todos devemos olhar os nossos pecados, as nossas
caídas, os nossos erros. E olhemos para o Senhor. Esta é a linha da
salvação entre o pecador e o Senhor. Se me sinto justo, esta relação de
salvação não existe.”
Agora, a mulher pode ir “em paz”, pois o Senhor viu a sinceridade da
sua fé e da sua conversão. Em Jesus, habita a força da misericórdia de
Deus, capaz de transformar os corações. Neste texto, prosseguiu o Papa, o
termo “graça” é praticamente sinônimo de misericórdia, e vai além da
nossa expectativa. E concluiu:
“Queridos irmãos, devemos agradecer
ao Senhor pelo seu amor tão grande e imerecido! Deixemos que o amor de
Cristo se espalhe sobre nós” e, assim, poderemos “comunicar aos outros a
misericórdia do Senhor”.
Equador e Chernobyl
Ao final da catequese, o Pontífice se
dirigiu aos fiéis para saudá-los. Em espanhol, manifestou sua
proximidade e oração à população do Equador, que vivem "um momento de
dor" depois do terromoto que devastou o país. Francisco saudou também um
grupo oriundo da Ucrânia e de Belarus, presente na Praça para recordar
os 30 anos da tragédia de Chernobyl. “Enquanto renovamos a oração pelas
vítimas daquele desastre, expressamos nosso reconhecimento aos
socorredores e por todas as iniciativas com as quais se buscou aliviar
os sofrimentos e os danos", disse.
Coleta em prol da Ucrânia
Francisco renovou ainda seu apelo
pela Ucrânia, recordando a coleta programada para o próximo domingo,
(24/04), em todas as Igrejas na Europa em prol da população.
“A população da Ucrânia sofre há
muito tempo pelas consequências de um conflito armado, esquecido por
muitas pessoas. Como sabem, convidei a Igreja na Europa a apoiar a
iniciativa convocada por mim para ir ao encontro desta emergência
humanitária. Agradeço antecipadamente aos que contribuirão generosamente
a esta iniciativa.”
(bf)
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