02 abril, 2016

Card. Kasper: Igreja de mão estendida e não de dedo apontado


(RV) Só uma Igreja de mão estendida e não de dedo apontado pode reanunciar com força o Evangelho ao mundo de hoje – foi o que disse o Cardeal Walter Kasper, Prefeito Emérito do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos no Congresso Apostólico Europeu da Misericórdia que está a decorrer na Basílica Romana de Sant’Andrea della Valle.

Se Deus tornou-se um estrangeiro, sobretudo na Europa e no nosso mundo ocidental – disse o Cardeal Kasper – “os cristãos têm uma certa culpa” porque “falam muito de Deus num modo que não corresponde exatamente ao Evangelho, a Boa Notícia; falam muito não de Deus, que é um Evangelho, mas de um Deus que faz medo, ameaça, pune”.

“Hoje é o tempo da misericórdia” – disse D. Kasper, recordando Francisco – “a Igreja é chamada a ser um hospital de campanha” mas não para testemunhar um Deus só gentil e inócuo que não toma seriamente o mal e o pecado. “A misericórdia não tira as verdades da fé” – afirmou.

Onde não há misericórdia vivem os demónios – disse o Cardeal Kasper, citando Dostoevskij, tendo declarado ainda que a misericórdia é encontrar Jesus nos pobres, nos esfomeados e nos refugiados. E a Igreja – afirmou o Cardeal Kasper – deve estar de “portas abertas”, uma Igreja “pobre para os pobres, uma Igreja em saída, uma Igreja missionária, que sabe que não é possível falar de Deus, cujo nome é misericórdia, sem viver a misericórdia”.

Uma Igreja – sublinhou ainda o purpurado – que não tenha o “dedo moral levantado” mas a “mão estendida” para fazer “irradiar um raio de luz e de calor no nosso mundo”.

(RS)

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