14 abril, 2016

Papa em Lesbos: o apoio da Cáritas e do JRS




(RV) “A visita papal acontece num momento difícil para os refugiados, porque neste mês, como estabelece um acordo controverso, a União Europeia iniciou a expedir os novos refugiados para a vizinha Turquia”. “Papa Francisco – frisa a Caritas Internacional – irá à ilha grega de Lesbos sábado, 16 de abril, e encontrará refugiados e migrantes vindos da Turquia pelo mar. Mais de 1 milhão de pessoas atravessaram a Grécia no ano passado e 1,5 mil neste ano. Quase metade delas chegou por Lesbos, a maior parte fugiu de guerras e da pobreza. Cerca de 55% são mulheres e crianças”.

Proteção

Visto o recente acordo, que prevê que os migrantes sejam expulsos da Grécia para a Turquia, a visita do Papa não poderia se realizar num momento melhor. “Este acordo viola o princípio de não-acolhimento de pessoas necessitadas de proteção”, afirma, por sua vez, o Serviço dos Jesuítas para Refugiados.

O jesuíta Padre Thomas H. Smolich, Diretor internacional do JRS, espera que “a visita de Francisco não represente apenas um sinal de esperança para os refugiados, mas constitua um estímulo concreto ao governo grego e a outros Estados europeus para que traduzam esta esperança na prática”. 

Pedido de asilo

“Para o futuro da Europa, os vários governos deveriam assegurar um acesso real à proteção a todos os refugiados, independentemente de sua nacionalidade; não colocá-los em detenção, mas reservar uma atenção especial às necessidades das pessoas particularmente vulneráveis, como menores desacompanhados; e examinar os pedidos de asilo caso por caso”.

Conforme dados oficiais, mais de 4 mil refugiados estão no Centro de Detenção de Moria e no Acampamento de Kara Tepe, sendo que mais de 1 mil são crianças, muitas desacompanhadas, e cujas condições foram denunciadas por organizações humanitárias.

Só nos primeiros três meses deste ano, 375 pessoas morreram na tentativa de atravessar o Mar Egeu, segundo dados da Organização Internacional de Migrações (OIM), um número muito superior ao do mesmo período de 2015, quando 31 perderam a vida.

(CM)

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