(RV) “A visita
papal acontece num momento difícil para os refugiados, porque neste mês,
como estabelece um acordo controverso, a União Europeia iniciou a
expedir os novos refugiados para a vizinha Turquia”. “Papa Francisco –
frisa a Caritas Internacional – irá à ilha grega de Lesbos sábado, 16 de
abril, e encontrará refugiados e migrantes vindos da Turquia pelo mar.
Mais de 1 milhão de pessoas atravessaram a Grécia no ano passado e 1,5
mil neste ano. Quase metade delas chegou por Lesbos, a maior parte fugiu
de guerras e da pobreza. Cerca de 55% são mulheres e crianças”.
Proteção
Visto o recente acordo, que prevê que os migrantes sejam expulsos da
Grécia para a Turquia, a visita do Papa não poderia se realizar num
momento melhor. “Este acordo viola o princípio de não-acolhimento de
pessoas necessitadas de proteção”, afirma, por sua vez, o Serviço dos
Jesuítas para Refugiados.
O jesuíta Padre Thomas H. Smolich, Diretor internacional do JRS,
espera que “a visita de Francisco não represente apenas um sinal de
esperança para os refugiados, mas constitua um estímulo concreto ao
governo grego e a outros Estados europeus para que traduzam esta
esperança na prática”.
Pedido de asilo
“Para o futuro da Europa, os vários governos deveriam assegurar um
acesso real à proteção a todos os refugiados, independentemente de sua
nacionalidade; não colocá-los em detenção, mas reservar uma atenção
especial às necessidades das pessoas particularmente vulneráveis, como
menores desacompanhados; e examinar os pedidos de asilo caso por caso”.
Conforme dados oficiais, mais de 4 mil refugiados estão no Centro de
Detenção de Moria e no Acampamento de Kara Tepe, sendo que mais de 1 mil
são crianças, muitas desacompanhadas, e cujas condições foram
denunciadas por organizações humanitárias.
Só nos primeiros três meses deste ano, 375 pessoas morreram na
tentativa de atravessar o Mar Egeu, segundo dados da Organização
Internacional de Migrações (OIM), um número muito superior ao do mesmo
período de 2015, quando 31 perderam a vida.
(CM)
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