Cidade do
Vaticano (RV) – Os jovens voltaram a encontrar-se com o Papa Francisco
este domingo (24/04), desta vez para a Santa Missa por ocasião do
Jubileu dos Adolescentes.
O
cenário para este encontro foi novamente a Praça S. Pedro, depois da
maratona de confissões sábado pela manhã - ocasião em que Francisco
confessou 16 moças e rapazes.
Com a participação de cerca de 100
mil fiéis, a homilia do Pontífice foi inspirada no Evangelho do dia, no
mandamento de Jesus aos discípulos, "amai-vos uns aos outros como eu vos
ameis"
“O amor é a carteira de identidade do
cristão, é o único ‘documento’ válido para sermos reconhecidos como
discípulos de Jesus. Se este documento perde a validade e não for
renovado, deixamos de ser testemunhas do Mestre”, disse Francisco, que
reconheceu que amar não é fácil. É exigente e requer esforço, pois
significa oferecer algo de nós mesmos: o próprio tempo, a própria
amizade e as próprias capacidades. Não é o amor das novelas. É livre,
porque não possui.
O segredo para amar é Jesus,
acrescentou o Papa, que oferece o dom maior, um dom para a vida: Ele nos
oferece uma amizade fiel, da qual nunca nos privará. A principal ameaça
que impede de crescer como se deve é ninguém se importar conosco, é nos
sentirmos deixados de lado. Ao contrário, o Senhor está sempre conosco.
Ele no espera pacientemente e aguarda o nosso «sim».
A felicidade não é um 'app' no celular
Francisco falou ainda do desejo de
liberdade que os adolescentes sentem. Ser livre, afirmou ele, não
significa fazer aquilo que se quer, mas é o dom de poder escolher o bem:
é livre quem procura aquilo que agrada a Deus, mesmo que nos obrigue a
escolhas corajosas. Ser livre é saber dizer sim e não. “Não se contentem
com a mediocridade, ficando cómodos e sentados; não confiem em quem os
distrai da verdadeira riqueza, dizendo que a vida só é bela se possuir
bens materiais. A felicidade não tem preço, nem se comercializa; não é
um ‘aplicativo’ que se baixa no celular: nem a versão mais atualizada os
ajudará a torná-los livres e grandes no amor.”
Com efeito, o amor é o dom livre de quem tem o coração aberto; é uma
responsabilidade que dura toda a vida; é um compromisso diário, feito
também de sonhos. "Ai dos jovens que não sabem sonhar. Se um jovem dessa
idade não sonha, já está aposentado." O amor não se realiza falando
dele, mas o colocando em prática! Para crescer no amor, o segredo também
é o Senhor. “Quando parecer difícil dizer não àquilo que é errado,
ergam os olhos para a cruz de Jesus e não larguem a sua mão que os
conduz para o alto”, indicou o Papa. Esta mão que, muitas vezes, pode
ser a de um pai, de uma mãe ou de um amigo para não nos deixar caídos.
"Deus nos quer em pé, sempre."
Treinar o amor
Mas também para amar é preciso
treino, disse Francisco, como os campeões desportivos, começando
desde já com empenho e afinco. Como programa diário desse treino, o
Papa sugeriu as obras de misericórdia. “Assim, se tornarão campeões de
vida, campeões de amor, e serão reconhecidos como discípulos de Jesus. E
lhes garanto: a alegria será completa.”
Ao final da Missa, o Papa percorreu toda a Praça S. Pedro a bordo de seu papamóvel para saudar os fiéis.
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