(RV) O Papa
Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (21/04), na Sala
Paulo VI, no Vaticano, os participantes da conferência promovida pela
Caritas Italiana, um encontro que teve lugar em Sacrofano, cidade
próxima de Roma, e contou com a presença de membros das Caritas
espalhadas pelas dioceses italianas.
O pontífice recordou que há 45 anos nascia esse organismo eclesial,
fortemente desejado pelo Beato Paulo VI. Em 1972, por ocasião do
primeiro encontro nacional da Caritas, ele confiou ao organismo o
seguinte mandato: “Conscientizar as Igrejas locais e os fiéis ao sentido
e dever da caridade em formas cônsonas às necessidades e aos tempos”.
“Hoje, com fidelidade renovada ao Evangelho e ao mandato recebido,
vós entrais em novas estradas de confronto e avaliação para aprofundar e
orientar melhor o que até agora foi feito e desenvolvido. A sua missão
educacional, que visa sempre à comunhão na Igreja e a um serviço com
horizontes amplos, requer o compromisso de um amor concreto a todo ser
humano, com uma opção preferencial pelos pobres”, destacou o Papa.
“Diante dos desafios e contradições do nosso tempo, a Caritas tem a
difícil, mas fundamental tarefa de fazer com que o serviço caritativo se
torne um compromisso de cada um de nós e que toda comunidade cristã se
torne sujeito de caridade. Eis o objectivo principal do ser e agir da
Caritas: ser estímulo e ânimo a fim de que toda a comunidade cresça na
caridade e saiba encontrar caminhos novos para estar próxima aos pobres,
seja capaz de ler e enfrentar as situações que oprimem milhões de
fiéis, na Itália, em demais países da Europa, e no mundo.”
O Papa também recordou que “diante dos desafios globais que semeiam
medo, iniquidade, especulações financeiras, degradação ambiental e
guerras, é necessário educar para o encontro respeitoso e fraterno entre
culturas e civilizações para o cuidado da Criação e por uma ecologia
integral”.
Francisco encorajou os membros da Caritas a promoverem comunidades
que tenham paixão pelo diálogo e reconciliação, que se esforcem para
prevenir a marginalização, que incidam nos mecanismos que geram
injustiça, trabalhem contra toda estrutura de pecado. “Trata-se de
educar pessoas e grupos a estilos de vida conscientes a fim de que todos
se sintam responsáveis por todos. Este é o trabalho valioso e extenso
das Caritas paroquiais que é preciso difundir cada vez mais no
território.”
O Papa convidou também as Caritas a prosseguirem no compromisso e proximidade aos migrantes.
“O fenómeno das migrações, que hoje apresenta aspectos críticos que
devem ser geridos com políticas orgânicas e previdentes, permanece uma
riqueza e um recurso, sob diferentes pontos de vista. Que possais
favorecer cada vez mais a integração entre populações estrangeiras e
cidadãos italianos, oferecendo aos agentes instrumentos culturais e
profissionais adequados à complexidade do fenómeno e suas
peculiaridades”, disse Francisco.
“O testemunho da Caritas se torna autêntico e crível quando envolve
todos os momentos e relações da vida, mas o seu berço e sua casa é a
família, Igreja doméstica. A família é constitucionalmente ‘Caritas’
porque o próprio Deus a fez assim: a alma da família e da sua missão é o
amor. Este amor misericordioso que eu recordei na Exortação Apostólica
pós-sinodal Amoris laetitia, sabe acompanhar, discernir e integrar as
situações de fragilidade”, concluiu o ontífice. (BS/MJ)
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