(RV) O Papa
encontrará em Lesbos, no sábado dia 16 de outubro, uma situação difícil,
“quase explosiva” – quem o afirma é o Presidente do Episcopado grego, o
bispo Fraghiskos Papamanolis.
“A situação não é pacífica e não sei como vai evoluir. Todos têm
razão: os refugiados, porque não resistem à situação desumana dos
centros de acolhimento. Os moradores, porque temem as reações violentas
dos refugiados, como saques ao comércio de gêneros alimentícios. O pior é
que os habitantes estão começando a comprar armas. Um vendedor de
artigos de caça, entrevistado pela TV, disse que em um mês vendeu mais
espingardas do que em um ano. E o governo também tem razão, porque não
pode, economicamente, fazer o que seria necessário; as caixas do Estado
estão vazias”.
O bispo assinala ainda que “está iniciando a estação do turismo nas
ilhas, o que para muitos é a única fonte de renda, mas que com esta
situação, os turistas estão cancelando as reservas. O prejuízo econômico
é enorme para a economia nacional. A crise econômica esvazia as
carteiras de todos, inclusive da Igreja Católica. Somos obrigados a
fechar algumas obras sociais e até a interromper atividades pastorais”.
Entretanto, as autoridades gregas preparam um forte esquema de
segurança para a chegada do Papa. Francisco desembarcará na ilha para se
encontrar com refugiados e segundo a emissora pública ERT, será
recebido pelo primeiro-ministro, Alexis Tsipras. Durante sua
permanência, ele estará acompanhado do Patriarca ecumênico de
Constantinopla, Bartolomeu I, o que também dará a visita um caráter
ecumênico.
Segundo a ERT, Francisco não usará o 'papamóvel' e fará seus deslocamentos com as demais autoridades religiosas.
Conforme dados oficiais, mais de 4.000 refugiados estão no Centro de
Detenção de Moria e no Acampamento de Kara Tepe, sendo que mais de 1.000
são crianças, muitas desacompanhadas.
(CM)
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