(RR) 16 Abr, 2016 - 12:06 • Catarina Santos, em Lesbos, com Aura Muguel
Arcebispo ortodoxo de Atenas e patriarca de
Constantinopla lamentam, ao lado do Papa, a falta de resposta europeia à
crise dos refugiados
O arcebispo ortodoxo
de Atenas. Jerónimo II, diz que a ausência de uma solução para o drama
dos refugiados representa a “bancarrota da Humanidade”.
“Não precisamos de muitas palavras. Só os que cruzarem o olhar com as
crianças que encontramos nos campos de refugiados, poderão reconhecer
imediatamente e de forma global a bancarrota de humanidade e
solidariedade que a Europa tem demonstrado para com estas pessoas nos
últimos anos”, declarou o arcebispo ortodoxo de Atenas, este sábado,
falando ao lado do Papa Francisco no campo de refugiados de Mória, na
ilha grega de Lesbos.
Além do Papa Francisco e do arcebispo ortodoxo de Atenas, a visita ao
campo de refugiados também contou com a presença do patriarca de
Constantinopla, o Patriarca Bartolomeu, que manifestou a sua profunda
tristeza perante a indiferença com que o mundo olha a crise dos
refugiados.
“Chorámos ao ver o Mediterrâneo transformar-se em túmulo dos vossos
familiares, mas também chorámos ao ver a dureza dos corações dos nossos e
vossos irmãos fecharem as fronteiras e virarem as costas”, declarou.
“Os que têm medo de vós, não vos olham nos olhos. Os que têm medo de
vós não vêem os vossos rostos, nem os vossos filhos; esquecem que a
dignidade e a liberdade transcende o medo e a divisão. Esquecem que a
imigração não é um problema do Médio Oriente e da África do Norte, da
Europa e da Grécia. É um problema do mundo”, disse ainda o patriarca de
Constantinopla.
O Papa Francisco, o Patriarca Ecuménico Bartolomeu e o arcebispo
Jerónimo de Atenas, numa declaração conjunta que assinaram em Lesbos, apelam "à comunidade internacional"
que dê uma resposta "com coragem" à "maciça crise humanitária" dos
refugiados e também "às causas que lhe estão subjacentes, por meio de
iniciativas diplomáticas, políticas e caritativas e através de esforços
de cooperação simultaneamente no Médio Oriente e na Europa".
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