25 maio, 2020

Francisco e os 25 anos da "Ut unum sint": gratidão e empenho

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Celebração das Vésperas do 25 de janeiro de 2020  (Vatican Media)

Com uma carta ao presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, cardeal Kurt Koch, o Papa Francisco recorda os 25 anos da publicação da Carta Encíclica "Ut unum sint" de São João Paulo II. 

Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano 

Agradecimento e empenho: estes são os sentimentos expressos pelo Papa Francisco ao recordar os 25 anos da publicação da Carta Encíclica Ut unum sint de São João Paulo II.

Com uma carta ao presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, cardeal Kurt Koch, o Pontífice lembra o contexto da época: com o olhar voltato para o horizonte do Jubileu do Ano 2000, o Papa polaco queria que a Igreja mantivesse bem presente a oração de seu Mestre e Senhor: “Que todos sejam um”.

“Por isso, escreveu esta Encíclica, que confirmou de modo irreversível o empenho ecuménico da Igreja Católica”, ressalta Francisco. Publicando o texto na Solenidade da Ascensão do Senhor, João Paulo II colocou-o sob o signo do Espírito Santo, artífice da unidade na diversidade, princípio da unidade da Igreja. 

Que não nos falte fé e reconhecimento
 
A própria Encíclica reitera que “a legítima diversidade não se opõe de forma alguma à unidade da Igreja, antes aumenta o seu decoro e contribui significativamente para o cumprimento da sua missão”   (n. 50).

“Neste aniversário, dou graças ao Senhor pelo caminho que nos permitiu percorrer como cristãos na busca da plena comunhão”, escreve o Papa, afirmando compreender a “impaciência” de quem pensa que poderia e deveria ser feito mais. “Todavia, não nos deve faltar fé e reconhecimento: muitos passos foram dados nestas décadas para curar feridas seculares e milenárias.”

Para Francisco, os progressos são visíveis no maior conhecimento e estima recíprocos, no avanço no diálogo teológico e caritativo, e em várias formas de colaboração no diálogo da vida, no plano pastoral e cultural.

O Papa dirigiu o seu pensamento também para os Irmãos que estão à frente das diversas Igrejas e comunidades cristãs e a todos os cristãos de todas as tradições, “que são os nossos companheiros de viagem”. 

Duas iniciativas
 
Ao agradecer quem trabalha e trabalhou no Dicastério dedicado ao ecumenismo, o Pontífice anunciou duas iniciativas: a primeira é um Vademecum ecumenico para os Bispos, que será publicado no segundo semestre “como encorajamento e guia ao exercício das suas responsabilidades ecuménicas". A segunda iniciativa é o lançamento da revista Acta Œcumenica, que servirá de subsídio para quem trabalha ao serviço da unidade.

Fazendo memória do caminho percorrido, Francisco recorda que a importância de perscrutar o horizonte, interrogando-se «Quanta est nobis via?» (n. 77), “quanta estrada nos resta por fazer?”.

Uma coisa é certa, conclui o Papa: a unidade não é principalmente o resultado da nossa ação, mas é dom do Espírito Santo. E não acontecerá como um milagre, mas caminhando juntos.

“Invoquemos confiantes, portanto, o Espírito, para que guie os nossos passos e cada um se sinta, com renovado vigor, o apelo a trabalhar pela causa ecuménica; Ele inspire novos gestos proféticos e reforce a caridade fraterna entre todos os discípulos de Cristo, «para que o mundo creia» (Jo 17,21) e se multiplique o louvor ao Pai que está nos Céus.”

VN

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