Na missa em Santa
Marta, Francisco recordou a memória de Santa Luísa de Marillac e rezou
pelas religiosas vicentinas que administram o dispensário pediátrico no
Vaticano. Na homilia, afirmou que o Espírito Santo faz a Igreja crescer,
mas por outro lado, existe o espírito mau que procura destruí-la: é a
inveja do diabo que usa o poder e o dinheiro mundanos para esse fim. A
confiança do cristão está em Jesus Cristo e no Espírito Santo.
VATICAN NEWS
Francisco presidiu a missa na Casa de Santa Marta, no sábado (09/05) da
quarta semana da Páscoa. Na introdução, recordou a memória de Santa
Luísa de Marillac, rezando pelas religiosas vicentinas que ajudam o Papa
e pelos que vivem na Casa de Santa Marta e administram o dispensário
pediátrico situado no Vaticano. A memória de Santa Luísa de Marillac é
normalmente celebrada em 15 de março, mas caindo este dia no Tempo da
Quaresma, foi transferida para hoje. As irmãs que trabalham na Casa de Santa Marta pertencem à Congregação das Filhas da Caridade, congregação
fundada por Santa Luísa de Marillac, pertencente à família vicentina. Um
quadro representando a santa foi levado para a capela. Esta é a
intenção de hoje do Papa:
Hoje recordamos Santa Luísa de Marillac: rezamos pelas irmãs
vicentinas que levam adiante este ambulatório, este hospital há quase
100 anos e trabalham aqui, em Santa Marta, para este hospital. O Senhor
abençoe as religiosas.
Na homilia, o Papa comentou a passagem dos Atos dos Apóstolos (Atos
13, 44-52), em que os judeus de Antioquia “cheios de inveja e com
palavras ofensivas” contrariam as afirmações de Paulo sobre Jesus que
dão tanta alegria aos pagãos e provocam as mulheres da nobreza e os
notáveis da cidade, suscitando uma perseguição que obriga Paolo e
Barnabé a deixarem o território.
Francisco recordou o Salmo que foi lido: “Cantai ao Senhor um canto
novo, porque ele fez prodígios! A sua mão e o seu braço forte e santo
alcançaram-lhe a vitória. O Senhor fez conhecer a sua salvação, aos
olhos do povo, revelou a sua justiça”. “O Senhor”, disse ele, “fez
maravilhas. Mas quanto esforço! Quanto esforço para as comunidades
cristãs levarem adiante estas maravilhas do Senhor. Ouvimos a alegria na
passagem dos Atos dos Apóstolos: toda a cidade de Antioquia reuniu -se
para ouvir a Palavra do Senhor, porque Paulo, os apóstolos pregaram com
força, e o Espírito ajudava-os. Mas quando viram aquela multidão, os
judeus ficaram cheios de inveja e com palavras ofensivas, contrariaram
as afirmações de Paulo”.
“Por um lado, há o Senhor, há o Espírito Santo que faz a Igreja
crescer, e crescer sempre mais: isto é verdade. Mas por outro lado, há o
espírito mau que procura destruir a Igreja. É sempre assim. Sempre
assim. Se vais em frente, depois vem o inimigo procurando destruir-te. O
balanço é sempre positivo a longo prazo, mas quanto esforço, quanta dor,
quanto martírio! E o que aconteceu aqui, em Antioquia, acontece em todo o lugar no Livro dos Atos dos Apóstolos.”
“Por um lado”, observou o Papa, “a Palavra de Deus” que faz crescer e
“por outro lado, a perseguição”. “Qual é o instrumento do diabo para
destruir o anúncio do Evangelho? É a inveja. O Livro da Sabedoria fala
claro: “O pecado entrou no mundo pela inveja do diabo”, inveja, ciúme...
Sempre este sentimento amargo, amargo. Estas pessoas viram como se
pregava o Evangelho e ficaram com raiva, roeram o fígado de raiva. E
esta raiva levou-os adiante: é a raiva do diabo, é a raiva que destrói, a
raiva do “Crucifica-o, crucifica-o!”, da tortura de Jesus. Ele quer
destruir. Sempre. Sempre.”
“A Igreja”, recordou Francisco, “segue em frente entre os consolos de
Deus e as perseguições do mundo. Uma Igreja “que não tem dificuldades
falta-lhe alguma coisa” e “se o diabo está tranquilo, as coisas não vão bem. Existe sempre a dificuldade, a tentação, a luta... a inveja que
destrói. O Espírito Santo faz a harmonia da Igreja e o espírito mau
destrói, até hoje. Sempre esta luta”. “O instrumento dessa inveja”,
observou o Papa, “são os poderes temporais. Nesta passage diz-se que
“os judeus provocaram as mulheres da nobreza”. Foram junto a essas mulheres e
disseram: “Esses aí são revolucionários. Mandem-lhes embora”. E “as
mulheres falaram com as outras e mandaram-nos embora. As mulheres
piedosas da nobreza... E também os notáveis da cidade: eles vão ao poder
temporal e o poder temporal pode ser bom, as pessoas podem ser boas,
mas o poder como tal, é sempre perigoso. O poder do mundo contra o poder
de Deus movem tudo isto e sempre por trás disto, do poder, está o
dinheiro”.
“O que acontece na Igreja primitiva”, disse o Papa, ou seja, “a obra
do Espírito para construir a Igreja, para harmonizar a Igreja e a obra
do espírito mau para destruí-la, o recurso aos poderes temporais para
deter a Igreja, destruir a Igreja, é apenas um desenvolvimento do que
acontece na manhã da ressurreição. Os soldados, vendo este triunfo,
foram até os sacerdotes e compraram a verdade... os sacerdotes. E a
verdade foi silenciada. Desde a primeira manhã da ressurreição, triunfo
de Cristo, existe esta traição, este silenciar a palavra de Cristo,
silenciar o triunfo da ressurreição com o poder temporal: os chefes dos
sacerdotes e o dinheiro”.
O Papa concluiu com uma exortação: “Estejamos atentos, estejamos
atentos com a pregação do Evangelho” para nunca cair na tentação “de
confiar nos poderes temporais e no dinheiro. A confiança dos cristãos
está em Jesus Cristo e no Espírito Santo que Ele enviou e o Espírito
Santo é o fermento, é a força que faz a Igreja crescer. Sim, a Igreja
vai em frente, em paz, com resignação, alegre: entre os consolos de Deus e
as perseguições do mundo”.
O Papa convidou a fazer comunhão espiritual com esta oração:
Meu Jesus,
Eu creio que estais presente
no Santíssimo Sacramento do Altar.
Amo-vos sobre todas as coisas,
e a minha alma suspira por Vós.
Mas como não posso receber-Vos
agora no Santíssimo Sacramento,
vinde, ao menos espiritualmente,
ao meu coração.
Abraço-me convosco come se já
estivésseis comigo:
uno-me Convosco inteiramente.
Ah! Não permitais que torne a
Separar-me de vós!
O Papa Francisco concluiu a celebração com a adoração e a bênção
eucarística. Antes de sair da capela dedicada ao Espírito Santo, foi
entoada a antífona mariana “Regina caeli”, cantada no tempo pascal:
Rainha do Céu
Rainha dos céus, alegrai-vos. Aleluia!
Porque Aquele que merecestes trazer no vosso seio. Aleluia!
Ressuscitou como disse. Aleluia!
Rogai por nós a Deus. Aleluia!
D./ Alegrai-vos e exultai, ó Virgem Maria. Aleluia!
C./ Porque o Senhor ressuscitou, verdadeiramente. Aleluia!
VN
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