No final da Missa deste Domingo, o Cardeal-Patriarca de
Lisboa desafiou os cristãos a seguirem o exemplo de Cristo Bom Pastor na
atenção aos que mais sofrem, “a começar pelo seu sustento físico, pela sua
saúde bem guardada para que, depois, também o Pão da Vida, que é o mesmo
Cristo, se possa manifestar inteiramente”. “Foi assim que Ele o fez. Não
queimemos etapas porque foi assim que Ele fez”, reforçou D. Manuel Clemente,
sublinhando que “O Bom Pastor pede-nos, hoje, uma caridade total, com todos
estes momentos e sem ultrapassar nenhum”.
Neste Domingo IV da Páscoa, que é também o dia da Mãe e a
Igreja assinala o Domingo do Bom Pastor, o Cardeal-Patriarca de Lisboa começou
a homilia por lembrar todas mães que foram e são “eco de Cristo Bom Pastor”.
“Quantos de nós temos a agradecer às nossas mães por terem sido o eco de Cristo
Bom Pastor nas nossas vidas? Tantos de nós tivemos essa graça de ter mães e
avós que nos transmitiram esta certeza de que não estamos sozinhos, de que
Cristo é o nosso Pastor! Abriram-nos um grande horizonte de alegria e esperança
e temos que estar muito reconhecidos a Deus por isso”, afirmou D. Manuel
Clemente, na Missa que decorreu na igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, na
paróquia do Parque das Nações, em Lisboa.
Na celebração, o Cardeal-Patriarca refletiu sobre como, nas
circunstâncias atuais, a imagem de Cristo, Bom Pastor, ganha “uma força e uma
persuasão muito especial”. “Não estamos a falar de realidades abstratas,
estamos a falar, enquanto cristãos, de uma realidade que sentimos: a
proximidade do nosso Bom Pastor. Dizia o Evangelho [da celebração] que as
ovelhas reconhecem a voz do seu pastor. E tem sido assim, de há dois mil anos a
esta parte, de geração em geração de cristãos e cristãs nas mais diversas
situações”, observou.
Para chegar a todos
No “culminar” da Semana de Oração pelas Vocações, o
Cardeal-Patriarca de Lisboa lembrou todos os sacerdotes e religiosos que também
são “eco de Cristo Bom Pastor”. “Foram e são a Sua voz nas nossas paróquias,
movimentos e grupos. De tal maneira que, mesmo nestes tempos tão difíceis que
estamos a atravessar – e que ainda não terminaram porque a pandemia,
infelizmente, ainda não terminou –, quantos dos nossos padres e outros
colaboradores pastorais se multiplicaram em iniciativas para, através dos meios
de comunicação, estarem próximos das suas comunidades, acompanharem os seus
paroquianos? Tantas e tantas iniciativas para que a voz de Cristo Bom Pastor,
também através dos seus pastores atuais e dos seus colaboradores chegue a
todos, anime todos”, destacou.
Um reencontro feliz
Na celebração desta manhã, que decorreu sem a presença
física de fiéis, D. Manuel Clemente apontou ainda o exemplo do Papa Francisco,
na forma como se tem “multiplicado”, pedindo “toda a cautela para que algum
desconfinamento não faça tudo voltar atrás”. “A Organização Mundial de Saúde
(OMS) alerta: a pandemia está aí e se não tivermos cuidado pode regressar e
ainda mais forte. Nós não queremos. O que queremos, do fundo do nosso coração,
é retomar os nossos encontros habituais, as nossas celebrações presenciais. E,
concretamente, nós, ministros ordenados, fomos ordenados para isso mesmo: para
congregar o povo com a Voz de Cristo Pastor e com os sinais da Sua Vida
ressuscitada. Então, que nada volte atrás”, pediu o presidente da Conferência
Episcopal Portuguesa, desejando que este cuidado possa trazer “bons
resultados”, para que todos possam “retomar aquilo que por tanto ansiamos”, com
um “gosto reforçado de um reencontro feliz”.
Igrejas domésticas
No contexto atual de pandemia tem sido, na opinião de D.
Manuel Clemente, “muito consolador” ver como “tantas famílias se redescobriram
como Igrejas domésticas”, com a “presença de Cristo no meio delas, em suas
casas e, muito particularmente, em torno da Sua Palavra, dos seus Evangelhos
lidos e relidos e, agora, com todo o impacto que isso tem nas suas almas”.
“Este alimento total da Palavra que é Cristo tem sido a força de tantas vidas e
tem sido uma grande redescoberta. E essa pode sustentar-se sempre, mesmo quando
voltarmos às nossas celebrações habituais como tanto ansiamos, mas que não
queremos retardar por alguma imprudência nossa”, referiu.
Patriarcado de Lisboa
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