A Conferência Episcopal Portuguesa
(CEP) publicou hoje orientações para a celebração do culto público
católico no contexto da pandemia convid-19, com normas para higienizar
os espaços e as pessoas e celebrar os vários sacramentos sem o contacto
físico. No documento
enviado à Agência ECCLESIA, a CEP indica orientações para “antes da
Missa”, “durante a Missa” e “depois da Missa”, assim como para
celebrações dos vários sacramentos, as exéquias, atividades formativas e
procissões. A higienização dos espaços, das pessoas e dos objetos de
culto, a reserva de quatro metros quadrados para cada participante, o
“obrigatório o uso de máscara” para todos e a adaptação de rituais
litúrgicos para evitar o contacto físico vão marcar as celebrações no
contexto da pandemia covid-19.
“Ao mesmo tempo que se
retoma a participação comunitária na Liturgia, há que garantir a
proteção contra a infeção. Por isso, a Conferência Episcopal Portuguesa
convida todos os fiéis a fazerem por si próprios todos os possíveis para
limitar esta pandemia e propõe algumas medidas de proteção que dimanam
da caridade fraterna”, lê-se no documento.
A CEP recomenda às
pessoas que pertencem a grupos de risco a “não frequentar a Missa
dominical”, pede que não sejam separadas “as famílias ou os que vivem na
mesma casa” na gestão do número de participantes, que vai seguir “as
regras aplicáveis, pelas autoridades competentes, a todos os eventos em
espaços fechados”. Equipas de acolhimento, percursos diferenciados para a
entrada e a saída, portas abertas, produto desinfetante para higienizar
as mãos à entrada, “uso generoso da possibilidade de celebrar atos de
culto ao ar livre” e possibilidade de “celebrações na ausência de
presbítero” são orientações propostas para evitar o contágio nos
ambientes de culto.
Entre as orientações para o decorrer das
celebrações, com o número de acólitos e cantores “adequado ao espaço”
que a recolha da coleta é feita à saída da igreja, e o manuseamento de
utensílios litúrgicos deve ser feito com uso de “máscaras e luvas
descartáveis” e por o número menor de pessoas, nomeadamente o celebrante
e o diácono. “O gesto de paz, que é facultativo, continua suspenso”,
afirma-se.
Na comunhão, é necessário “respeitar o distanciamento
aconselhado”, a “higienização das mãos” e, “sendo inevitável uma maior
proximidade, os ministros que a distribuem usarão máscara”. “O diálogo
individual da Comunhão («Corpo de Cristo». – «Amen.») pronunciar-se-á de
forma coletiva depois da resposta «Senhor, eu não sou digno…»,
distribuindo-se a Eucaristia em silêncio”, indica o documento. “Continua
a não se ministrar a comunhão na boca e pelo cálice. Eventuais
concelebrantes e diáconos comungam do cálice por intinção”, acrescenta.
A
CEP pede aos participantes nas Eucaristias que “deixam a igreja,
segundo uma ordem fixada em cada comunidade cristã no respeito pelas
regras de distanciamento, e não se aglomeram diante da igreja” e, após a
missa, “proceda-se ao arejamento da igreja durante pelo menos 30
minutos, e os pontos de contacto (vasos sagrados, livros litúrgicos,
objetos, bancos, puxadores e maçanetas das portas, instalações
sanitárias) devem ser cuidadosamente desinfetados”.
O documento
indica depois orientações “todas as celebrações e atividades pastorais”
realizadas em “ambiente de epidemia”, afirmando que “estão condicionadas
ao escrupuloso cumprimento das normas de higiene, distanciamento e
outras formas de proteção (uso de máscara e de luvas) que as autoridades
de saúde prescreverem”. Celebrar os sacramentos sem o contacto físico,
exceto por parte dos pais, é a principal indicação dada pela CEP,
nomeadamente no batismo, onde água batismal deve ser “fresca e limpa” e
não pode “ser reutilizada”, assim a utilização de “um pouco de algodão”
para a unção no sacramento da confirmação “para cada crismação”.
“Os
padrinhos aproximam-se dos afilhados e, com máscara, dizem o nome do
afilhado ao Bispo abstendo-se, porém, de tocar no seu ombro”.
A
respeito da Primeira Comunhão, caso os pais o desejam e de acordo com o
pároco, deve ser feita “particularmente ou em pequeno número numa Missa
dominical, sem excluir uma posterior participação numa celebração mais
solene”.
O documento da Conferência Episcopal Portuguesa reafirma
as indicações para os funerais “com a presença dos familiares, tendo em
conta as normas de segurança”, refere que as visitas às igrejas devem
ser “individuais de oração ou adoração ao Santíssimo Sacramento” e, no
caso das visitas turísticas, “devem ser condicionadas, segundo as
orientações das autoridades competentes”, que também determinam a
realização de “atividades pastorais nos espaços eclesiais”. “As
atividades de catequese e outras ações formativas continuarão a ser
realizadas apenas por meios telemáticos até ao final deste ano
pastoral”, aponta o documento.
A CEP mantém suspensas, até novas
orientações, “peregrinações, procissões, festas, romarias, concentrações
religiosas, acampamentos e outras atividades similares em grandes
grupos, passíveis de forte propagação da epidemia”. “Face ao controlo
progressivo da pandemia provocada pelo coronavírus COVID-19 no nosso
País e ao início das medidas de desconfinamento, esperamos retomar
brevemente as celebrações litúrgicas comunitárias e abertas e demais
atos de culto público, o que corresponde à natureza da Igreja,
assembleia do Senhor”, afirma o episcopado.
O documento da CEP
reafirma o valor da “redescoberta e revalorização criativas de numerosas
formas pessoais e familiares de prática religiosa, de oração e liturgia
doméstica”, lembrando que “nada pode substituir a vida sacramental
plena” e que “há que garantir a proteção contra a infeção. “Estas normas
de proteção deverão ser concretizadas em cada Diocese, modificando-as,
se for o caso, tendo em conta o que a autoridade de saúde dispuser em
cada momento. O bem comum convida todas as Dioceses a caminharem
juntas”, afirma o documento da Conferência Episcopal Portuguesa.
Ecclesia
Patriarcado de Lisboa
Sem comentários:
Enviar um comentário