Um testemunho “tão forte, que perdura”
Porque é que São João Paulo II tinha “tanto impacto”, tinha uma “palavra
que calava tão fundo” e o seu testemunho era “tão forte, que perdura”?
Porque “o mesmo Espírito que Jesus nos prometeu continua a abrir os
nossos corações a todos quantos nos testemunhem e anunciem o seu
Evangelho. São estas as razões desta efeméride tornar-se vida”,
argumentou o Cardeal-Patriarca de Lisboa, na homilia da celebração que
assinalou os 100 anos do nascimento do santo polaco, que foi organizada
pelo movimento juvenil ‘Eu Acredito’.
Na
Missa que foi celebrada nesta segunda-feira, 18 de maio, na Igreja de
Nossa Senhora do Rosário de Fátima, em Lisboa, D. Manuel Clemente
recordou a “figura fulgurante” de São João Paulo II e memorou os
momentos da primeira visita do Papa polaco a Portugal, em 1982, e, no
ano seguinte, a peregrinação de jovens a Roma, para lhe agradecer a
visita ao país.
“Olhar na direção de Cristo”Na
celebração que foi transmitida, em direto, pelas redes sociais e pelo
site do Patriarcado de Lisboa, D. Manuel Clemente sublinhou a
importância do Bispo Karol Wojtyla para o acontecimento que o próprio,
mais tarde, considerou ‘o maior acontecimento eclesial do seu século’: o
Concílio Vaticano II. O então jovem bispo polaco “acompanhou de perto a
parte antropológica da Constituição Pastoral ‘Gaudium et Spes’”,
observou o Cardeal-Patriarca de Lisboa, sublinhando um trecho do número
22 do documento, que viria a marcar todo o seu magistério enquanto Papa
João Paulo II: ‘O mistério do homem só no mistério do Verbo encarnado
se esclarece verdadeiramente’. “Esta frase é o mote contínuo dos seus
documentos, pronunciamentos, ao longo do seu pontificado. Aquilo que nós
somos, só o somos verdadeiramente quando refletimos na nossa existência
aquilo que, do próprio Deus, se reflete inteiramente na vida de Jesus
Cristo, o Verbo encarnado”, referiu o Cardeal-Patriarca, na homilia da
celebração, reforçando a ideia, também, com um excerto de um outro texto
escrito pelo então Bispo Karol Wojtyla, em 1963, pouco depois do
falecimento do Papa que convocou o Concílio Vaticano II, São João XXIII:
‘Quando estou a olhar na direção do homem, estou dominado pelo
pessimismo; quando estou a olhar na direção de Cristo, volta a
confiança» (Apontamentos, p. 45)’, frisou. “Mas que frase! Mas que
ânimo! Mas que São João Paulo II!”, exclamou o Cardeal-Patriarca.
No coração do Homem
‘Redenção’ é outra palavra-chave em todo o pontificado e magistério de São João Paulo II e que está presente em muitos dos seus documentos fundamentais, como ‘Redemptoris Hominis’, ‘Redemptoris Mater’ e ‘Redemptoris Custos’, lembrou D. Manuel Clemente. Partindo de uma citação atribuída ao Papa polaco, um ano antes de ter iniciado o seu pontificado [‘O pecado original é o momento a partir do qual a «economia» da criação cede à economia da redenção… o mundo percorrerá um caminho diferente, mais difícil, o caminho da Cruz … a Cruz significa que o mundo foi tomado por Deus no ponto até ao qual o guiou o homem’ (Apontamentos, p. 170)], o Cardeal-Patriarca observou que, mais recentemente, o Papa Francisco tem “insistindo muito” neste tema, naquilo que chama de “ecologia integral, na harmonia da criação”. “A harmonia da criação consegue-se naquele ponto onde, infelizmente, a desarmonia também começa, ou seja, no coração do Homem, no coração da Humanidade. Deus confiou-nos a sua criação. O que acontece com Jesus Cristo, neste Verbo encarnado, onde a Palavra, o Verbo de Deus em Jesus Cristo, toma a nossa humanidade, é que passamos à redenção”, afirmou. “Em Jesus Cristo, Deus salva a criação, precisamente no ponto onde precisa de ser salva, que é na humanidade sofrida e sofredora, mas que, aí mesmo, no abismo desse sofrimento e de tanta contradição, continua ligada a Deus como Jesus na Cruz, dizendo ‘Pai’, mesmo no fundo do abandono a que a criação tinha tombado. É exatamente aí, assumindo a humanidade e criação tão deterioradas, que, na Cruz de Jesus Cristo, pelo assentimento completo à vontade do Pai, as coisas se salvam. Por isso, nós somos remidos. Não é pelo esforço nosso, é por vontade de Deus, inteiramente realizada em Jesus Cristo, e no seu constante ‘Sim’ ao Pai”, prosseguiu o Cardeal-Patriarca de Lisboa.
‘Redenção’ é outra palavra-chave em todo o pontificado e magistério de São João Paulo II e que está presente em muitos dos seus documentos fundamentais, como ‘Redemptoris Hominis’, ‘Redemptoris Mater’ e ‘Redemptoris Custos’, lembrou D. Manuel Clemente. Partindo de uma citação atribuída ao Papa polaco, um ano antes de ter iniciado o seu pontificado [‘O pecado original é o momento a partir do qual a «economia» da criação cede à economia da redenção… o mundo percorrerá um caminho diferente, mais difícil, o caminho da Cruz … a Cruz significa que o mundo foi tomado por Deus no ponto até ao qual o guiou o homem’ (Apontamentos, p. 170)], o Cardeal-Patriarca observou que, mais recentemente, o Papa Francisco tem “insistindo muito” neste tema, naquilo que chama de “ecologia integral, na harmonia da criação”. “A harmonia da criação consegue-se naquele ponto onde, infelizmente, a desarmonia também começa, ou seja, no coração do Homem, no coração da Humanidade. Deus confiou-nos a sua criação. O que acontece com Jesus Cristo, neste Verbo encarnado, onde a Palavra, o Verbo de Deus em Jesus Cristo, toma a nossa humanidade, é que passamos à redenção”, afirmou. “Em Jesus Cristo, Deus salva a criação, precisamente no ponto onde precisa de ser salva, que é na humanidade sofrida e sofredora, mas que, aí mesmo, no abismo desse sofrimento e de tanta contradição, continua ligada a Deus como Jesus na Cruz, dizendo ‘Pai’, mesmo no fundo do abandono a que a criação tinha tombado. É exatamente aí, assumindo a humanidade e criação tão deterioradas, que, na Cruz de Jesus Cristo, pelo assentimento completo à vontade do Pai, as coisas se salvam. Por isso, nós somos remidos. Não é pelo esforço nosso, é por vontade de Deus, inteiramente realizada em Jesus Cristo, e no seu constante ‘Sim’ ao Pai”, prosseguiu o Cardeal-Patriarca de Lisboa.
Redescobrir a novidade de Jesus Cristo
No final da homilia da Missa celebrada no dia do aniversário do nascimento de São João Paulo II, D. Manuel Clemente aludiu também a um dos termos que marcam o legado do santo polaco e que continua a ser necessário para os dias de hoje: “a constante insistência naquilo a que ele chamou uma ‘Nova Evangelização’”. “Todos nos recordamos, sobretudo na primeira visita a Portugal, em 1982, como ele insistia em como as coisas precisam de ser evangelizadas de novo, ou seja, o Verbo encarnado, a Pessoa de Jesus Cristo, precisa de ser reapresentado aos nossos contemporâneos como Aquele que nos desvenda a nós. Porque aquilo que nós somos, o nosso mistério, só se descobre à luz do Verbo encarnado, ou seja, tendo diante de nós a vida, a morte e a Ressurreição de Jesus Cristo, onde tudo se recupera e onde tudo culmina”, precisou. “Precisamos de redescobrir a novidade de Jesus Cristo, precisamos de redescobrir a força da sua redenção e da sua graça”, concluiu D. Manuel Clemente,
No final da homilia da Missa celebrada no dia do aniversário do nascimento de São João Paulo II, D. Manuel Clemente aludiu também a um dos termos que marcam o legado do santo polaco e que continua a ser necessário para os dias de hoje: “a constante insistência naquilo a que ele chamou uma ‘Nova Evangelização’”. “Todos nos recordamos, sobretudo na primeira visita a Portugal, em 1982, como ele insistia em como as coisas precisam de ser evangelizadas de novo, ou seja, o Verbo encarnado, a Pessoa de Jesus Cristo, precisa de ser reapresentado aos nossos contemporâneos como Aquele que nos desvenda a nós. Porque aquilo que nós somos, o nosso mistério, só se descobre à luz do Verbo encarnado, ou seja, tendo diante de nós a vida, a morte e a Ressurreição de Jesus Cristo, onde tudo se recupera e onde tudo culmina”, precisou. “Precisamos de redescobrir a novidade de Jesus Cristo, precisamos de redescobrir a força da sua redenção e da sua graça”, concluiu D. Manuel Clemente,
‘Eu Acredito’
O ‘Eu Acredito’
nasceu a partir dos jovens portugueses que, em 2010, se juntaram para
acolher o Papa Bento XVI na sua visita a Portugal. Três anos mais tarde,
este grupo composto por jovens de vários movimentos, grupos paroquiais e
serviços diocesanos, voltou-se a reunir num gesto de agradecimento ao
Papa, na sequência da sua renúncia ao ministério de Bispo de Roma. Em
2017, na celebração do Centenário das Aparições em Fátima, e “com o
desejo de renovar a missão confiada aos pastorinhos – rezar e
transformar os nossos corações ‘para alcançar a Paz para o mundo, e o
fim da guerra’”, segundo explica a organização, “os jovens voltaram a
comprometer-se com a Igreja, mostrando que estão com o Papa, e que
querem levar Nossa Senhora de Fátima ao Mundo”. Neste
ano 2020, em que se assinalam 100 anos do nascimento de São João Paulo
II, o ‘Eu Acredito’ voltou a unir-se ao Papa no centenário do nascimento
do fundador da Jornada Mundial da Juventude.
Jornal Voz da Verdade
Patriarcado de Lisboa
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