O Papa Francisco, na audiência desta terça-feira (29/01), no Vaticano, com os
colaboradores do Tribunal Apostólico da Rota Romana, interpretou o
matrimónio através de "dois bens irrenunciáveis e constitutivos" do
Sacramento: a unidade e a fidelidade. O Pontífice também orientou sobre
"o cuidado pastoral constante e permanente da Igreja para o bem do
matrimónio e da família".
Andressa Collet - Cidade do Vaticano
O Papa Francisco inaugurou nesta terça-feira (29/01) o Ano Judiciário
recebendo em audiência, na Sala Clementina, no Vaticano, oficiais,
advogados e colaboradores do Tribunal Apostólico da Rota Romana. No
discurso aos presentes, o Pontífice interpretou o Sacramento do
matrimónio em relação ao momento vivido pela atual sociedade “sempre mais
secularizada” e que não “favorece o crescimento da fé”.
Unidade e fidelidade no matrimónio
Nesse contexto, afirmou o Papa, a Igreja precisa de agir ao serviço do
matrimónio cristão, oferecendo um suporte espiritual e pastoral
adequado. Os membros da Rota Romana, recordou o Pontífice, podem
trabalhar em cima de dois bens matrimoniais como valores importantes e
necessários entre os cônjuges, fundamentais da teologia e do direito
matrimonial canónico, mas também da “própria essência da Igreja de
Cristo”: a unidade e a fidelidade.
Cuidado pastoral da Igreja pelo bem da família
A etapa permanente, salientou o Papa, refere-se à formação da vida
conjugal, mediante um acompanhamento que ajude a fazer crescer, no
casal, a consciência dos valores e dos compromissos da vocação. E aí
entra “a responsabilidade primária” dos pastores, em virtude do próprio
ofício e ministério, e a “participação ativa” dos componentes das
comunidades eclesiais, sob orientação do bispo e do pároco. Francisco
aqui fez referência aos mais fiéis companheiros da missão de São Paulo,
os cônjuges Áquila e Priscila, com fé robusta e espírito apostólico.
“O cuidado pastoral constante e permanente da Igreja para o bem do
matrimónio e da família precisa de ser realizado com os vários meios
pastorais: a aproximação à Palavra de Deus, especialmente mediante a
lectio divina; os encontros de catequese; o envolvimento na celebração
dos Sacramentos, sobretudo a Eucaristia; a conversa e a direção
espiritual; a participação em grupos familiares e de serviços
beneficentes para fazer um paralelo com outras famílias e a abertura às
necessidades dos mais desfavorecidos”.
Testemunhas de fidelidade
O Papa Francisco, então, citou os casais que já representam “uma
ajuda preciosa pastoral à Igreja” ao viverem o matrimónio “na unidade
generosa e com amor fiel”. Eles são testemunhas da fecundidade da Igreja
e “uma oração silenciosa para todos”, todos os dias, mesmo que esse
“casal que vive há tantos anos juntos não faz notícia - é triste -,
enquanto os escândalos, as separações e os divórcios fazem notícia”
(cfr. Homilia na Santa Marta de 18 de maio de 2018).
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