"Como Jesus após o
seu Batismo, deixemo-nos guiar pelo Espírito Santo em tudo o que
fazemos. Mas para isso, devemos invocá-lo! Aprendamos a invocar o
Espírito Santo com mais frequência, nos nossos dias, para poder viver com
amor as coisas ordinárias, e assim, torná-las extraordinárias", foi a
exortação do Papa Francisco no final do tradicional encontro dominical
na Praça São Pedro.
Jackson Erpen – Cidade do Vaticano
“Renovo a todos o convite para manter viva a memória do próprio
Batismo. Ali estão as raízes da nossa vida em Deus; as raízes da nossa
vida eterna, que Jesus Cristo nos deu com a sua Encarnação, Paixão,
Morte e Ressurreição”.
No Angelus na Festa do Batismo do Senhor, o Papa Francisco
voltou a pedir para não esquecermos a data de nosso Batismo: “Que seja
uma data guardada no nosso coração para festejá-la todos os anos”, e
convidou a invocarmos “com mais frequência o Espírito Santo”, “para
poder viver com amor as coisas ordinárias, e assim, torná-las
extraordinárias”.
Na sua alocução, o Papa destaca que “a liturgia chama-nos a conhecer
mais plenamente Jesus” e por isso o Evangelho do dia, “ilustra dois
elementos importantes: a relação de Jesus com as pessoas e a relação de
Jesus com o Pai”.
Jesus com a multidão
Dirigindo-se aos milhares de peregrinos presentes na Praça de São Pedro,
o Pontífice chama a atenção para o facto de que todo o povo que estava
presente na cena do Batismo “não é apenas um pano de fundo”, mas “um
componente essencial do evento. Antes de mergulhar na água, Jesus
"mergulha" na multidão, une-se a ela assumindo plenamente a condição
humana, partilhando tudo, excepto o pecado”.
“Na sua santidade divina, cheia de graça e de misericórdia, disse o
Papa, o Filho de Deus fez-se carne justamente para tomar sobre si e
tirar o pecado do mundo. Assumir as nossas misérias, a nossa condição
humana”. Deixando-se batizar por João, Jesus “manifesta a lógica e o
sentido da sua missão”:
“Unindo-se ao povo que pede a João o Batismo da conversão, Jesus partilha dele o profundo desejo de renovação interior. E o Espírito
Santo que desce sobre Ele "em forma corpórea, como uma pomba", é o
sinal de que com Jesus inicia um mundo novo, uma "nova criação", da qual
fazem parte todos aqueles que acolhem Cristo na sua vida”.
O “amor do Pai, que todos recebemos no dia do nosso Batismo, é uma
chama que foi acesa no nosso coração, e requer ser alimentada mediante a
oração e a caridade”.
Jesus em comunhão com o Pai
O segundo elemento destacado por Francisco, é a comunhão de Jesus com
o Pai, e explica que “o Batismo é o início da vida pública de Jesus,
da sua missão no mundo como enviado do Pai para manifestar a sua bondade
e o seu amor pelos homens”:
“Tal missão é realizada em constante e perfeita união com o Pai e o
Espírito Santo. Também a missão da Igreja e a de cada um de nós, para
ser fiel e frutuosa, é chamada a inserir-se na de Jesus. Trata-se de
regenerar continuamente na oração a evangelização e o apostolado, para
dar um claro testemunho cristão, não segundo os nossos projetos humanos,
mas segundo o estilo de Deus”.
Viver em coerência com nosso Batismo
A Festa do Batismo do Senhor – recorda o Papa – “é uma ocasião
propícia para renovar com gratidão e convicção as promessas do nosso
Batismo, comprometendo-nos a viver diariamente em coerência com ele”. E
reitera a importância de conhecermos a data de nosso Batismo, guardá-la
no coração e festejá-la todos os anos.
Após rezar o Angelus e saudar os fiéis presentes, Francisco recordou que tinha batizado um grupo de crianças:
“Esta manhã, de acordo com o costume desta Festa, tive a alegria
de batizar um bom grupo de recém-nascidos. Rezemos por eles e pelas suas
famílias. E, nesta ocasião, renovo a todos o convite para manter viva a
memória do próprio Batismo. Ali estão as raízes da nossa vida em Deus;
as raízes da nossa vida eterna, que Jesus Cristo nos deu com a sua
Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição. No Batismo estão as raízes. E
nunca se esqueçam da data do nosso Batismo”.
Invocar com mais frequência o Espírito Santo
Antes de despedir-se com o tradicional “Bom domingo a todos. Não
se esqueçam de rezar por mim. Bom almoço e até logo", o Papa pediu para
que, a exemplo de Jesus, deixemo-nos guiar pelo Espírito Santo:
“Mas para isso, devemos invocá-lo! Aprendamos a invocar o Espírito
Santo com mais frequência nos nossos dias, para poder viver com amor as
coisas ordinárias, e assim, torná-las extraordinárias.”
VN
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