“O amor de Jesus é o amor silencioso da mão estendida no serviço e na doação sem se vangloriar”, disse o Papa a milhares de jovens na cerimônia de abertura da Jornada Mundial da Juventude realizada no Campo Santa Maria la Antigua, na Cidade do Panamá.
Jane Nogara - Cidade do Vaticano
O primeiro dia do Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude se concluiu com o grande encontro com os jovens, no Campo Santa Maria la Antigua, situado na Faixa Costeira da Cidade do Panamá. Francisco foi recebido calorosamente por milhares de jovens numa festa de cores e alegria.
Um novo Pentecostes
No seu discurso aos jovens o Papa afirmou: “A Jornada Mundial da Juventude é mais uma vez uma festa de alegria e esperança para toda a Igreja e, para o mundo, um grande testemunho de fé (…) Pedro e a Igreja caminham com vocês e quero dizer a todos que não tenham medo, que prossigam com esta energia renovadora e esta inquietação constante que nos ajuda e impele a ser mais alegres e disponíveis, mais ‘testemunhas do Evangelho’. Prossigam, não para criar uma Igreja paralela, um pouco mais “divertida” e “ousada” numa modalidade para jovens, com alguns elementos decorativos, como se isso pudesse deixar vocês contentes. Pensar assim seria não respeitar vocês e também tudo o que o Espírito, por seu intermédio, nos está dizendo. Ao contrário, queremos redescobrir e despertar, juntos, a novidade incessante e a juventude da Igreja, abrindo-nos a um novo Pentecostes”.
Artesãos da cultura do encontro
“Vimos de culturas e povos distintos, falamos línguas diferentes,
vestimos roupas diversas. Cada um dos nossos povos viveu histórias e
circunstâncias distintas. Quantas coisas podem diferenciar-nos! Mas nada
disso impediu que nos pudéssemos encontrar e sentir felizes por
estarmos juntos. Isto é possível, porque sabemos que há algo que nos
une, há Alguém que nos faz irmãos. Vocês, queridos amigos, fizeram
muitos sacrifícios para poder se encontrar, tornando-se assim
verdadeiros mestres e artesãos da cultura do encontro. Com seus gestos e
atitudes, com as suas perspetivas, desejos e sobretudo a sua
sensibilidade, vocês desmentem e recusam certos discursos que se
concentram e empenham em semear divisão, em excluir e expulsar os que
‘não são como nós’. Assim é, porque vocês têm um olfato capaz de intuir
que ‘o amor verdadeiro não anula as diferenças legítimas, mas
harmoniza-as numa unidade superior’. Entretanto sabemos que o pai da
mentira prefere o contrário: um povo dividido e litigioso, em vez de um
povo que aprenda a trabalhar em conjunto”.
Sonho comum chamado Jesus
Sonho comum chamado Jesus
“A cultura do encontro é apelo e convite a termos a coragem de manter
vivo um sonho comum. Sim, um sonho grande e capaz de envolver a todos.
Um sonho chamado Jesus, que convida ao amor verdadeiro”.
Continuando o Papa cita Santo Oscar Romero:
e acrescenta o Papa: “é levar adiante o sonho pelo qual Ele deu a vida: amar com o mesmo amor com o qual nos amou”.
Amor silencioso de Jesus
Amor silencioso de Jesus
O amor de Jesus continua Francisco “é um amor que não se impõe nem
esmaga, um amor que não marginaliza nem obriga a estar calado, um amor
que não humilha nem subjuga. É o amor do Senhor: amor diário, discreto e
respeitador, amor feito de liberdade e para a liberdade, amor que cura e
eleva. É o amor do Senhor, que entende mais de subidas que de quedas,
de reconciliação que de proibições, de dar nova oportunidade que de
condenar, de futuro que de passado. É o amor silencioso da mão estendida
no serviço e na doação sem se vangloriar”.
O “sim” de Maria
O “sim” de Maria
É o amor com o qual Maria disse o seu sim: “Eis a serva do Senhor,
faça-se em Mim segundo a tua palavra”. “Maria soube dizer ‘sim’. Soube
dar vida ao sonho de Deus”.
O Papa conclui convidando os jovens a manter vivo este “sonho que nos
faz irmãos e que somos convidados a não deixar congelar no coração do
mundo: onde quer que nos encontremos, a fazer seja o que for, sempre
poderemos olhar para o alto e dizer: “Senhor, ensina-me a amar como Vós
nos amastes”.
VN
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