(RV) Domingos
5 de Março, tempo de Quaresma. Tempo em que – sublinhou o Papa
Francisco na sua reflexão antes da oração mariana do Angelus – o
Evangelho nos introduz no caminho da Páscoa. E nos mostra Jesus que
permanece quarenta dias no deserto, submetido às tentações do diabo.
Isto quando o Espírito de Deus tinha já descido sobre Ele e o Pai do Céu
O tinha declaro seu Filho amado e estava para iniciar a sua missão. E
Satanás, seu inimigo declarado, apoia-se precisamente sobre o título
“Filho de Deus” para o tentar três vezes com estas palavras: “Se és
filho de Deus, transforma a pedra em pão para saciares a tua fome;
deita-te abaixo dos muros do templo, deixando-te salvar pelos anjos, ou
ainda, adorar o diabo para ter o domínio do mundo. O que o diabo quer -
sublinhou Francisco - é desviar Jesus do caminho da obediência e
humilhação, levando-o pela falsa senda do sucesso e da glória.
Mas Jesus não responde com palavras próprias; usa apenas palavras de
Deus que exprimem a vontade do Pai e, assim, sai vencedor das tentações
no deserto.
E neste tempo de Quaresma – disse Francisco – somos convidados, enquanto cristãos, a “seguir as pegadas de Jesus e a enfrentar o combate espiritual contra o maligno com a força da Palavra de Deus” que dá força.
Para isso é preciso nos habituar-mos a ler a Bíblia, a meditar nela, a
assimilá-la, pois que contem a palavra de Deus que é sempre actual e
eficaz. Enfim, o Papa convida a ter a Bíblia sempre connosco e
abrirmo-la constantemente para ler as mensagens, precisamente como
fazemos com o nosso telemóvel:
“O que sucederia se tratássemos a Bíblia como tratamos o
nosso telemóvel? Se a tivéssemos sempre connosco; pelo menos uma pequena
Bíblia de bolso; se voltássemos atrás quando a esquecemos; se a
abríssemos diversas vezes por dia; se lesse-mos as mensagens de Deus
contidas na Bíblia como lemas as mensagens de telemóvel, o que
aconteceria…? É claro que esta comparação é paradoxal, mas faz
reflectir. Com efeito, se tivessemos a palavra de Deus sempre no
coração, nenhuma tentação poderia afastar-nos de Deus e nenhum obstáculo
nos poderia desviar do caminho do bem; saberíamos vencer as sugestões
quotidianas do mal que está em nós e fora de nós; nos sentiríamos mais
capazes de viver uma vida de sucesso segundo o Espirito, acolhendo e
amando os nossos irmãos, especialmente os mais fracos e necessitados, e
também os nossos inimigos.”
O Papa pediu depois a Nossa Senhora, ícone perfeita da obediência a
Deus, para que nos sustenha no caminho quaresmal, a fim de que nos
ponhamos em dócil escuta da Palavra de Deus para realizar uma verdadeira
conversão do coração.
Depois da reza das Ave Maria, o Papa saudou diversos grupos da Itália
e de outros países presentes na Praça de São Pedro e anunciou que esta
tarde, juntamente com os membros da Cúria Romana parte para Ariccia para
uma semana de retiro espiritual.
“ Há poucos dias iniciamos a Quaresma, isto é o caminho do
Povo de Deus em direcção à Páscoa, um caminho de conversão, de luta
contra o mal com as armas da oração, do jejum, das obras de caridade.
Desejo a todos que o caminho quaresmal seja rico de frutos; e vos peço
uma recordação na oração para mim e para os colaboradores da Cúria
Romana que esta noite iniciaremos a semana dos Exercícios espirituais.
Obrigado pela oração que fareis”
E mais uma vez o Papa pediu insistentemente o favor de não nos
esquecermos do que sucederia se tratássemos a Bíblia como tratamos o
nosso telemóvel. “Pensai nisto. A Bíblia sempre connosco, perto de nós.”
(DA)
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