(RV) O Papa
dirigiu-lhes palavras de apreço em relação àquilo que ele definiu um
tipo de Tribunal que lhe agrada realmente, porque é um “Tribunal de Misericórdia”.
Afirmou depois que esse curso “contribui para a formação de bons
confessores” e por isso considera-o “útil e mesmo necessário para os
nossos dias”. No entanto - fez notar – não basta um curso para se tornar
bons confessores, pois isso de confissão é uma “longa escola” que dura toda a vida.
Mas o que é afinal “um bom confessor”, como se pode tornar num bom
confessor? – perguntou Francisco. E respondeu indicando três critérios
que passou depois a desenvolver: a oração, o discernimento; e o
confessionário como lugar de evangelização.
Em relação à oração, Francisco disse que um bom confessor é, antes de
mais, um verdadeiro amigo de Jesus Bom Pastor. Sem isto é difícil
amadurecer aquela paternidade tão necessária ao ministério da
Reconciliação. Isto significa cultivar seja a oração pessoal com o
Senhor pedindo o dom da caridade pastoral, seja a oração específica para
a tarefa de confessor, por forma a que o ministério da Reconciliação
seja reflexo da misericórdia de Deus. Um confessor que reza – continuou o
Papa – sabe bem que ele é o primeiro pecador e o primeiro perdoado e
que deve evitar atitudes de dureza que julgam o pecador em vez do
pecado. Na oração deve-se pedir o coração de um bom samaritano, o dom da
humildade, o uso da misericórdia. Na oração se invoca também o Espírito
Santo, que é espirito de discernimento e de compaixão que ajuda a
compreender os sofrimentos do irmão, da irmã, que se aproxima do
confessionário.
Quão mal a falta de discernimento e de espirito de humildade causa à
Igreja! – exclamou o Papa. Para o Pontífice o bom confessor é chamado a
fazer sempre a vontade de Deus, em plena comunhão com a Igreja, e não a
sua própria vontade ou doutrina.
O discernimento – continuou – permite não fazer de toda a erva um
feixe; educa o olhar e o coração, permitindo ter aquela delicadeza de
espírito tão necessária perante quem abre o sacrário da própria
consciência para receber luz, paz, misericórdia.
O discernimento permite ainda ter em conta todas as circunstâncias
existenciais, naturais e sobrenaturais daquele que se aproxima do
confessionário, situações que podem mesmo requerer a colaboração de
peritos noutras ciências humanas, ou seja exorcistas.
Por fim o Papa falou do confessionário como lugar de evangelização,
de encontro com o Deus da misericórdia, com o Deus que é misericórdia. O
confessionário torna-se assim num lugar de formação. O confessor deve
discernir o que é mais necessário naquele momento para o caminho
espiritual daquele irmão ou irmã: anunciar de novo as mais elementares
verdades da fé, o kerigma, sem o qual a própria experiencia de amor de
Deus ficaria sem efeito?!; indicar os fundamentos da vida moral!?.
Trata-se de uma obra de imediato e inteligente discernimento que pode
fazer muito bem aos fiéis – disse Francisco que concluiu com estas
palavras: “O confessor é, de facto, chamado, a dirigir-se quotidianamente às “periferias do mal e do pecado” e a sua obra representa uma autentica prioridade pastoral.
E o Papa abençoou-os, desejando a todos que sejam bons confessores,
imersos na relação com Cristo, capazes de discernimento no Espírito
Santo e prontos a acolher a ocasião para evangelizar.
(DA)
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