(RV) Domingo,
19 de Março de 2017, Festa de São José, esposo de Nossa Senhora,
padroeiro da Igreja universal. Dia, normalmente, festivo no Vaticano e
que marca o 4º aniversário do início do Pontificado do Papa Francisco.
Hoje é também onomástico do Papa emérito Joseph Ratzinger, Bento XVI.
Mas vamos à reflexão do Papa neste domingo ao meio dia por ocasião da
oração mariana do Angelus. Francisco comentou o Evangelho deste
terceiro domingo de Quaresma, que nos apresenta o diálogo de Jesus com a
samaritana; um diálogo ocorrido em Samaria, região entre Judeia e a
Galileia, habitada por pessoas que os Judeus desprezavam porque as
consideravam cismáticas e heréticas. Mas – sublinhou o Papa – foi
precisamente essa população a primeira a aderir às pregações cristãs dos
Apóstolos.
Jesus pára junto dum poço, onde a samaritana foi buscar água e
pede-lhe água para Ele beber. A samaritana fica surpreendida que um
judeu peça algo a uma samaritana. E Jesus responde-lhe que se ela
soubesse quem é Ele, seria ela a pedir-Lhe algo e Ele dar-lhe-ia a “água
viva”, a água que sacia todas as sedes e se torna fonte inexaurível de
vida no coração de quem a bebe.
Quando a Samaritana se dá conta de que está perante um profeta,
confia-lhe a própria vida e lhe faz perguntas de caracter religioso. A
sua sede de afecto e de vida plena não foi saciada pelos cinco maridos
que tinha tido. Antes pelo contrário: tinha passado por enganos e
desilusões. Por isso, fica surpreendia com respeito que Jesus mostra em
relação a ela e por lhe falar de verdadeira fé. Ela intui, então, que
poderia estar perante o Messias, e Jesus confirma-lhe de facto isso: “Sou eu, que falo contigo”.
O Papa faz notar como Jesus diz ser o Messias a uma mulher que tinha a
vida tão desordenada, e prossegue dizendo que, pelo nosso Baptismo,
Deus nos transformou e nos encheu de graça. Mas talvez tenhamos
esquecido desse grande dom ou o tenhamos reduzido a um mero dado
anagráfico. E andamos talvez à procura de poços que não matam a
verdadeira sede.
“Então este Evangelho é precisamente para nós. Não só para a
samaritana. Para nós! Jesus nos fala como à samaritana. Certo, nós já O
conhecemos, mas talvez não O tenhamos ainda encontrado pessoalmente,
falando com Ele e não O reconhecemos ainda como nosso Salvador.”
“Este tempo de Quaresma é uma boa ocasião para nos
aproximar-mos d’Ele, encontrá-Lo na oração e no diálogo coração a
coração, falar com Ele, escutá-Lo, ver o seu rosto no rosto de um irmão
ou de uma irmã que sofre”.
Deste modo - disse ainda o Papa – "podemos renovar em nós a
graça do Baptismo, matar a nossa sede na fonte da Palavra de Deus e do
seu Santo Espírito e descobrir a alegria de se tornar artífices de
reconciliação e instrumentos de paz na vida quotidiana."
Francisco concluiu invocando de Nossa Senhora a ajuda para acedermos
constantemente à graça que brota da rocha que é Cristo Salvador, a fim
de que possamos professar com convicção a nossa fé e anunciar, com
alegria, as maravilhas do amor de Deus, misericordioso e fonte de todos
os bens.
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Depois da oração mariana do Ângelus, o Papa assegurou a sua proximidade “à
cara população do Peru, duramente atingida por devastadores aluviões.
Rezo pela vítimas – disse e por quanto estão empenhado a prestar
socorro”.
O Papa recordou ainda que ontem, em Bolzano, extremo norte da Itália, foi proclamado Beato Joseh Mayr-Nusser,
pai de família e expoente da Acção Católica, martirizado até à morte
por se ter recusado a aderir ao nazismo por fidelidade ao Evangelho.
“Pela sua grande estatura moral e espiritual, ele constitui
um modelo para os fieis leigos, especialmente para os papás, que hoje
recordamos com afecto, embora a festa litúrgica seja, este ano celebrado
amanhã, por ser hoje domingo. Saudemos a todos os papás com um grande
aplauso…“
Francisco saudou depois de forma cordial a todos os peregrinos presentes, assinalando de modo particular as Comunidades Neo-Catecumenais vindas de Angola e da Lituânia, assim como os responsáveis da Comunidade de Sant’Egídio da África e da América Latina.
A todos, o Papa desejou bom domingo, e pediu, como sempre orações para ele.
(DA)
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