(RV) “Um desafio imenso que requer uma resposta
proporcionada.” Foi o que disse o Observador Permanente da Santa Sé na
ONU, Dom Bernardito Auza, na quarta-feira (15/03/17), no debate aberto
realizado no Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova Iorque.
“Que os Estados não contribuam para o tráfico de armas, mas o combatam
com força, pois favorece os conflitos e consequentemente a praga do
tráfico de pessoas”, disse ainda o arcebispo filipino.
Dom Auza condenou a facilidade com a qual as armas, até mesmo de
destruição em massa, chegam às mãos dos terroristas, alimentando e
prolongando conflitos violentos que expõem as pessoas aos traficantes. O
prelado pediu para intensificar o recurso a tratados e leis relativas
ao combate à venda de armas. “Que o Conselho de Segurança da ONU adote
um papel decisivo na luta contra a praga do tráfico de pessoas,
prevenindo e colocando fim aos conflitos armados e favorecendo a
consolidação da paz e do desenvolvimento”, disse ele.
O arcebispo recordou “as comunidades cristãs, as minorias étnicas e
religiosas, e os yazidis que na área da antiga Mesopotâmia foram
reduzidos à escravidão, vendidos, mortos e submetidos a toda forma de
humilhação”.
“A falta aparente de esforços sérios para incriminar os autores de
tais actos de genocídio, violações dos direitos humanos e do direito
internacional, causa perplexidade, e perguntamos, quantas outras
atrocidades deverão ser ainda toleradas antes que as vítimas possam
obter socorro, protecção e justiça.”
O prelado evidenciou a ligação entre tráfico de pessoas, pobreza
extrema, subdesenvolvimento, exclusão social e falta de acesso à
educação e ao mundo do trabalho.
“Os traficantes de pessoas, os terroristas, os grupos armados e as
redes internacionais de crime organizado encontram um terreno fértil nas
pessoas vulneráveis, que fogem de problemas económicos, guerras ou
desastres naturais. Essa vulnerabilidade é piorada com a criminalização
dos imigrantes sem documento e irregulares.” (BS/MJ)
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