(RV) O
Papa Francisco encontrou-se, na manhã de hoje, quinta-feira, dia 2 de
Março de 2017, na Basílica de S. João em Latrão, com os párocos da
Diocese de Roma para uma meditação sobre o tema “o progresso da fé na
vida do sacerdote”. Para nós sacerdotes, disse Francisco, quando não
cresce, quando não é madura a nossa fé, acabamos por praticar tanto mal.
“Senhor aumenta a nossa fé (Lc 17,5). Esta questão disse o Santo
Padre, surgiu de forma espontânea nos discípulos quando o Senhor lhes
estava a falar da misericórdia e disse que devemos perdoar setenta vezes
sete. Peçamos também nós, no inicio desta nossa conversação, para que o
Senhor aumente a nossa fé. O imploramos com a simplicidade do
Catequismo da Igreja que nos diz que para viver, crescer e perseverar na
fé até ao fim, devemos alimentá-la com a Palavra de Deus; devemos pedir
ao Senhor de amentar a nossa fé. É uma fé que deve operar por
intermédio da caridade, ser sustentada pela esperança e ser radicada na
fé da Igreja.
Francisco, desenvolve assim a sua meditação apoiando-se naquilo que
ele considera ser “três pontos fixos: a memória, a esperança e o
discernimento. A memória, observou, como ensina o Catecismo da Igreja,
está radicada na fé da Igreja, na fé dos nossos pais; a esperança é
quanto nos sustenta na fé; o discernimento do momento o temos em
consideração quando somos chamados a agir para por em prática aquela fé
que opera por intermédio da acção da caridade.
«Tenho uma promessa – é sempre importante recordar a promessa
do Senhor que me colocou no caminho; estou em caminho- tenho esperança, a
esperança me indica o horizonte, me guia, é a estrela mas também aquilo
que me sustenta, é âncora ligada a Cristo. E no momento específico, em
cada encruzilhada da estrada, devo discernir um bem concreto, o passo em
diante a dar em direcção do amor e também a maneira como o Senhor quer
que o faça. Fazer memória das graças passadas confere a nossa fé a
solidez da encarnação; coloca-a no seio de uma história, a história da
fé dos nossos pais, que “morreram na fé sem terem obtido os bens
prometidos, mas os viram e os saudaram de longe”. E nós, rodeados pela
multidão de testemunhos, olhando para onde eles olham, teremos o olhar
fixo em Jesus, Ele que é a origem da nossa fé e a leva ao seu
cumprimento».
A esperança, por sua vez, observa o Papa, é aquela que abre a nossa
fé às surpresas que Deus realiza na nossa vida. O nosso Deus é sempre
maior de tudo quanto podemos pensar e imaginar sobre Ele, daquilo que
lhe pertence e do seu modo de agir na história. Por conseguinte a
abertura à esperança confere a nossa fé frescura e horizonte: aquela
abertura que nos leva a ver a espoliação de Jesus o qual diante da
alegria que lhe era colocada diante de si, Se submeteu à Cruz,
desprezando a deshonra e sentar-se a direita do Senhor transfigurado.
Finalmente o discernimento, que disse Francisco, é quanto torna
concreta a nossa fé, tudo quanto torna operosa por meio da caridade, a
nossa fé, aquilo que nos permite de dar testemunho crível: o
discernimento do momento oportuno (kairos) é fundamentalmente rico de
memória e de esperança: recordando com o amor, coloca o olhar com
lucidez em tudo quanto nos orienta da melhor forma para a Promessa. E o
que nos orienta da melhor forma em direcção à Promessa, é certamente,
disse o Pontífice, sempre a cruz: aquele despojar-me da minha vontade,
aquele drama interior do seja feito não como quero eu, mas como queres
Tu, que nos coloca nas mãos do Pai e faz com que seja Ele a guiar a
nossa vida.
Mediante estes três pontos fixos, Francisco desenvolve toda a
reflexão sobre o processo do crescimento da fé na vida do sacerdote e o
desafio do discernimento pastoral no mundo de hoje tendo como ponto de
referência a experiência de fé do Apostolo Pedro.
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