Pére Jacques Hamel estava ali,
servindo o Senhor, quando em nome de um deus que não existe, (porque não há
nenhum deus que exija a morte, que fomente o ódio, que enalteça a morte dos
outros), é barbaramente morto, decapitado, como se por acaso o Deus de infinito
amor não recebesse com superlativo amor, aquele que perde a cabeça, (porque
apaixonado se deixa guiar pelo coração), no Seu seio, e não fizesse a festa no
Céu por aquele que foi sacrificado pelo “rebanho”.
Decapitado ou morto por leões,
numa europa que cada vez mais se aproxima dos circos romanos, onde se matava em
nome de nada e os cidadãos se compraziam com o espectáculo, anestesiados por
governantes corruptos e débeis na vontade, na força e no carácter.
Não, não pode haver vingança a
ser servida, mas tão só a realidade dos factos, a justiça que deve ser exercida
e exigida, e a demonstração que a civilização tocada por Cristo, é muito melhor
do que o ódio que poderia humanamente ser aceitável contra tais indivíduos,
porque é uma civilização tocada pelo amor, em que o mandamento principal depois
do amor a Deus, é o amor aos outros, mesmos àqueles que nos fazem mal.
É que se nos deixarmos levar
por esse ódio, então damos-lhes a vitória, porque perdemos o que de mais
sagrado nos une a Deus, que é amor a Ele e aos outros.
Dizem-nos vários relatos dos
martírios dos Santos de Deus no Circo de Roma, que eles cantavam, louvavam a
Deus, enquanto morriam.
Sem deixarmos a tristeza tão
humana inerente à perca de uma vida humana dedicada a Deus, demos também nós
graças a Deus por este Seu filho, Jacques Hamel, e alegremo-nos porque temos um
Santo no Céu a interceder por nós.
Rezemos também pelos seus
algozes, por muito que nos custe, na certeza de que Jacques Hamel junto de
Deus, Lhe diz neste momento: Perdoa-lhes Pai, que não sabem o que fizeram!
Tudo e sempre para a maior
glória de Deus, nosso começo e nosso fim, nossa confiança e esperança, nossa
vida eterna em plenitude.
Marinha Grande, 26 de Julho de
2016
Joaquim Mexia Alves
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