(RV) Situação
perigosa no Sudão do Sul: somente na terça-feira dia 20 de julho, na
capital, Juba, foram violentadas 18 pessoas enquanto os soldados do
exército regular subtraíram 4,5 mil toneladas de reservas alimentares
dos depósitos da FAO.
O Papa Francisco enviou ao país o cardeal ganês Peter Turkson,
Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, que já entregou
ao Presidente do país uma mensagem do Pontífice.
“Sabemos que o Pontífice acompanha de perto a evolução da situação”,
diz o Padre Daniele Moschetti, superior dos missionários combonianos em
Juba, aonde vive com outros cinco padres, ao lado do palácio
presidencial.
“Os alimentos roubados deviam nutrir cerca de 200 mil pessoas que
passam por provações, sem comida e extremadas pelo conflito, dentro e
fora dos campos de refugiados”, denuncia o padre.
Calma aparente
Depois dos confrontos da semana passada, reina uma aparente calma no
país: a maior parte das ONGs, funcionários das Nações Unidas e o
contingente humanitário foram repatriados. O cessar-fogo está em vigor
desde terça-feira, “mas as violências, abusos e saques do exército
continuam”.
“Este último furto significa pelo menos 20 milhões de dólares queimados”.
“O conflito está assumindo as feições de uma disputa étnica entre a
maioria no poder (Dinka), e a oposição, da etnia Nuer. E está mudando
também o clima em relação à Igreja; estamos todos em risco”, teme padre
Daniele.
Cerca de 350 missionários ainda permanecem no Sudão do Sul. Os
confrontos começaram em dezembro de 2013 quando o Presidente Salva Kiir,
acusou o vice, e ex-líder dos rebeldes, Riek Machar, de planejar um
golpe de Estado para derrubar o governo. Em dois anos, houve uma série
de conflitos étnicos e tribais, com represálias, a destruição de
aldeias, milhares de mortos e mais de 2 milhões de refugiados.
(CM)
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