No Angelus deste
IV domingo do Advento, o Papa Francisco pede a Maria que nos dê a graça de
viver um Natal “extrovertido e não dispersivo: que no centro não esteja
o nosso ‘eu’, mas o Tu de Jesus e o tu dos irmãos, especialmente
daqueles que necessitam de ajuda”.
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
O Evangelho da visita de Maria a Isabel prepara-nos para viver bem o
Natal, comunicando-nos o dinamismo da fé e da caridade: assim o Papa
Francisco explicou a liturgia deste IV domingo do Advento, que coloca em
destaque a figura de Maria.
Fé e caridade
O trecho evangélico narra a visita de Maria à sua idosa parente
Isabel. O anjo Gabriel tinha-lhe revelado que Isabel esperava um filho e
já estava no sexto mês de gravidez. A Virgem, que tinha acabado de
conceber Jesus por obra de Deus, partiu apressadamente de Nazaré, na
Galileia, para as montanhas da Judeia.
“Este episódio ajuda-nos a ler com uma luz especial o mistério do encontro do homem com Deus”, afirmou Francisco.
Um encontro que não é marcado por clamorosos prodígios, mas é marcado
pela fé e pela caridade. Maria, de facto, é bem-aventurada porque
acreditou: o encontro com Deus é fruto da fé.
Angelus de 23 de dezembro de 2018
A força vem da fé
O marido de Isabel, Zacarias, ao invés, não acreditou e ficou surdo e
mudo. Sem fé, acrescentou o Papa, fica-se inevitavelmente surdo à voz
consoladora de Deus; e incapaz de pronunciar palavras de consolo e
de esperança para os nossos irmãos.
“E nós o vemos todos os dias: as pessoas que não têm fé ou uma fé
muito pequena, quando se devem aproximar de uma pessoa que sofre, diz
palavras de circunstância, mas não conseguem chegar ao coração porque não
têm força. Não têm força porque não têm fé, e se não têm fé não saem
palavras que cheguem ao coração.”
A fé, por sua vez, alimenta-se na caridade. O evento do nascimento de
Jesus começou assim, com um simples gesto de caridade, com Maria que se
levanta para ir até Isabel, demonstrando no facto de já ser discípula
daquele Senhor que carrega no ventre.
Dinamismo da fé
“O Evangelho da visita de Maria a Isabel prepara-nos para viver bem o
Natal, comunicando-nos o dinamismo da fé e da caridade. Este dinamismo é
obra do Espírito Santo: o Espírito de Amor que fecundou o ventre
virginal de Maria e a levou ao serviço da parente idosa.”
Por fim, o Papa Francisco pede que Maria nos dê a graça de viver um
Natal “extrovertido e não dispersivo: que no centro não esteja o nosso
‘eu’, mas o Tu de Jesus e o tu dos irmãos, especialmente daqueles que
necessitam de ajuda”.
VN
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