31 dezembro, 2018

«Estava no mundo e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu.» Jo 1, 10





Neste final de ano e começo de um novo ano recordo uma das muitas coisas que o meu pai nos ensinou, em família, dizendo que a gratidão era a “coisa” mais importante, pois tudo envolvia: a humildade, a entrega, o amor.

Ao ler o versículo, em título, do Evangelho de hoje, reconheço, sem dúvida, como nós homens somos ingratos.

Deus fez o mundo e entregou-o nas nossas mãos, para que o “enchêssemos e dominássemos” (Gen 1, 28), não como ditadores, como déspotas, mas como o próprio Deus se nos revela, em amor e por amor.

Nós, homens, no entanto, não só vamos destruindo o mundo com toda a nossa ganância e egoísmo, como, (certamente porque não suportamos a culpa disso mesmo), vamos querendo afastar Deus da sua obra, não só do mundo, mas, sobretudo, da sua obra mais perfeita, (porque feita à sua imagem e semelhança), do Homem.

E isto porque não somos gratos, e não somos gratos, porque não somos humildes, porque não sabemos receber e não sabemos dar, enfim porque não amamos como Ele nos ensinou a amar.

Por isso o meu desejo mais profundo, o meu voto mais sentido, o meu pedido ao Senhor de todas as coisas neste novo ano que vai começar, é que, mais uma vez e sempre tenha compaixão de nós e nos ajude e leve a perceber que Ele está no mundo, que Ele fez o mundo, e que só conhecendo-O poderemos verdadeiramente alcançar a felicidade que todos desejamos nesta quadra uns aos outros, a maior parte das vezes apenas por palavras de circunstância e sem o amor verdadeiro, ou seja, o amor que Ele nos dá primeiro, para nós recebermos e darmos uns aos outros, em humildade, entrega e gratidão.


Marinha Grande 31 de Dezembro de 2018

Joaquim Mexia Alves

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