Concluída a série
sobre os Dez Mandamentos, o Papa Francisco iniciou um novo ciclo de
catequeses dedicado ao “Pai-Nosso”. Diante de milhares de fiéis na Sala
Paulo VI, o Papa partiu a sua explicação do Evangelho de Marcos.
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
“Senhor, ensina-nos a rezar”: na Audiência Geral desta quarta-feira
(05/12), o Papa Francisco iniciou um novo ciclo de catequeses dedicado
ao “Pai-Nosso”.
Concluída a série sobre os Dez Mandamentos, o Pontífice concentra-se agora na figura de Jesus como homem de oração.
Todos te buscam!
Diante de milhares de fiéis na Sala Paulo VI, o Papa partiu a sua explicação do Evangelho de Marcos.
Desde a primeira noite de Cafarnaum que Jesus demonstra ser um Messias
original. Na última parte da noite, quando a alvorada se anuncia, os
discípulos ainda o procuram, mas não conseguem encontrá-lo. Até que Pedro
finalmente o encontra num lugar isolado, completamente absorvido na
oração. E diz-lhe: “Todos te procuram!” (Mc 1,37).
Mas Jesus diz aos seus que deve ir além; que não são as pessoas a procurá-Lo, mas é antes de tudo Ele a procurar os outros. Por isso, não deve
fincar raízes, mas antes permanecer continuamente peregrino pelas estradas da
Galileia. “E também peregrino em relação ao Pai, isto é, rezando. Ño
caminho da oração.”
“Tudo acontece numa noite de oração”, notou o Papa. “Em alguma página
das Escrituras, parece ser a oração de Jesus, a sua intimidade com o
Pai, a governar tudo”, explicou.
Jesus, homem de oração
“Eis o ponto essencial: Jesus rezava.” Jesus rezava com intensidade
nos momentos públicos, mas buscava também locais apartados que lhe
permitissem entrar no segredo da sua alma. Rezava com as orações que a
mãe lhe tinha ensinado.
Jesus rezava como reza qualquer homem do mundo. E mesmo assim, no seu
modo de rezar, estava contido um mistério, algo que certamente não
passou desapercebido aos olhos dos seus discípulos, ao ponto de dizerem:
“Senhor, ensina-nos a rezar”. Eles viam Jesus rezar e tinham vontade de
aprender.
Aprender sempre a rezar
Mesmo rezando há muitos anos, devemos sempre aprender!, exclamou o
Papa. A oração do homem, este anseio que nasce de modo assim tão natural
da sua alma, é talvez um dos mistérios mais intensos do universo. E não
sabemos nem mesmo se as orações que endereçamos a Deus são realmente as
que Ele quer ouvir de nós.
Há orações inoportunas, afirmou Francisco, citando aquela narrada na
parábola do fariseu e do publicano. O fariseu era orgulhoso, fazia de
conta que rezava, mas o seu coração era frio.
“O primeiro passo para rezar é ser humilde. Ir ao Pai, a Nossa
Senhora: ‘Olha, sou pecador, fraco, malvado’, cada um sabe o que dizer.
Mas começa-se semcom a humildade. O Senhor escuta, a oração humilde é
ouvida pelo Senhor.”
Por isso, iniciando este ciclo de catequeses sobre a oração de Jesus,
a coisa mais bela e mais justa que todos devemos fazer é repetir a
invocação dos discípulos:
Imaculada
No final da catequese, ao saudar os peregrinos polacos, o Pontífice
saudou os redatores da secção polaca da Rádio Vaticano, que celebram
80 anos de fundação. “Eu agradeço-lhes pelo serviço ao Papa e à Igreja.”
Francisco recordou ainda a celebração no próximo domingo, na Polónia,
da 19ª Jornada de oração e de Ajuda à Igreja no Leste. “Com
reconhecimento peço a todos aqueles que com a oração e as obras
concretas, apoiam as comunidades eclesiais dos países vizinhos.”
O Papa lembrou por fim a celebração no próximo sábado, 8 de dezembro,
da solenidade da Imaculada Conceição. “Entreguemo-nos a Nossa Senhora!
Ela, como modelo de fé e de obediência ao Senhor, ajude-nois a preparar
os nossos corações a acolher o Menino Jesus no seu Natal”, disse
Francisco.
Como é tradição, no dia 8 o Papa vai até à Praça de Espanha para uma
homenagem com flores a Nossa Senhora. A Rádio Vaticano/Vatican News
transmitirá o evento ao vivo, com comentários em português, a partir das
16h locais.
Veja um trecho da homilia do Santo Padre
VN
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