09 dezembro, 2018

Papa Angelus: o centro da nossa vida é Jesus e a sua palavra de luz, amor, e consolação

 
 Papa - Angelus  (Vatican Media)
 
Neste segundo Domingo do Advento o Evangelho apresenta-nos a figura de João Batista, que "percorreu toda a região do Jordão, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados".
 
Silvonei José - Cidade do Vaticano
 
Neste segundo Domingo do Advento o Papa Francisco rezou ao meio-dia a oração mariana do Angelus com os fiéis e peregrinos de todas as partes do mundo reunidos na grande Praça de São Pedro, embelezada pelos símbolos do Natal: o presépio e a árvore de Natal.

Depois de recordar que no último domingo a liturgia convidava-nos a viver o tempo do Advento e da espera do Senhor com a atitude de vigilância, neste segundo domingo do Advento, disse o Papa, indica-nos como dar substância a essa espera: empreendendo um caminho de conversão.

Como guia para este caminho, - continuou Francisco - o Evangelho apresenta-nos a figura de João Batista, que "percorreu toda a região do Jordão, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados". Para descrever a missão do Batista, o evangelista Lucas recolhe a antiga profecia de Isaías: "Esta é a voz daquele que grita no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai as veredas. Todo o vale será aterrado, toda montanha e colina serão rebaixadas”.

"Para preparar o caminho para o Senhor que vem, é necessário levar em conta as exigências da conversão a que Batista nos convida. Antes de mais nada, somos chamados a recuperar os buracos produzidos pela frieza e pela indiferença, abrindo-nos aos outros com os mesmos sentimentos de Jesus, isto é, com a cordialidade e a atenção fraternas que se responsabiliza pelas necessidades do nosso próximo, isto é recuperar os buracos produzidos pela frieza. E não se pode ter uma relação de amor, de caridade, de fraternidade com o próximo se há buracos, como não se pode caminhar por um estrada com muitos buracos. E tudo isto fazer com um cuidado especial para com os mais necessitados"

Então,  - prosseguiu Francisco - precisamos de reduzir tantas severidades causadas pelo orgulho e  pela soberba, fazendo gestos concretos de reconciliação com os nossos irmãos, pedindo perdão pelas nossas faltas. Não é fácil reconciliar-se, acrescentou o Papa, se se pensa, quem irá dar o primeiro passo? O Senhor ajuda-nos nisto se temos boa vontade.

"A conversão, na verdade, é completa leva-se a reconhecer humildemente os nossos erros, as nossas infidelidades e omissões".
 
O fiel, sublinhou o Papa na sua alocução antes de rezar o Angelus -, é aquele que, estando próximo de seu irmão, como João Batista, abre estradas no deserto, ou seja, indica perspetivas de esperança mesmo naqueles contextos existenciais impenetráveis, marcados pelo fracasso e pela derrota.

"Não podemos render-nos a situações negativas de fechamento e rejeição; não devemos deixar-nos sujeitar à mentalidade do mundo, porque o centro da nossa vida é Jesus e a sua palavra de luz, de amor, de consolação".

O Batista convidava as pessoas do seu tempo à conversão com força, vigor e severidade. No entanto, ele sabia ouvir, sabia como realizar gestos de ternura e de perdão para com as multidões de homens e mulheres que iam até ele para confessar os seus pecados e serem batizados com o batismo da penitência.

O seu testemunho de vida, - acrescentou o Papa - a pureza de seu anúncio, a sua coragem em proclamar a verdade conseguiram despertar as expectativas e esperanças do Messias que há muito tempo estavam adormecidas. Ainda hoje, os discípulos de Jesus são chamados a serem suas humildes mas corajosas testemunhas para reacender a esperança, para fazer entender que, apesar de tudo, o reino de Deus continua a ser construído dia a dia com o poder do Espírito Santo.

Pensemos, cada um de nós – disse Francisco –, “como posso eu mudar algo no meu comportamento para preparar o caminho do Senhor?

Que a Virgem Maria – concluiu o Santo Padre -, nos ajude a preparar dia após dia o caminho do Senhor, começando por nós mesmos; e a espalhar em torno a nós, com tenaz paciência, sementes de paz, de justiça e de fraternidade.

VN

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