Papa celebra a missa na Casa Santa Marta
(Vatican Media)
"A oração mafiosa é: 'Vais pagar-me'. A
oração cristã é: 'Senhor, dá-lhe a tua bênção e ensina-me a amá-lo'.
Pensemos num inimigo: todos temos um. Pensemos nele. Rezemos por ele.
Peçamos ao Senhor a graça de amá-lo", disse o Papa na homilia.
Gabriella Ceraso – Cidade do Vaticano
O perdão, a oração e o amor por quem nos quer destruir, pelo
nosso inimigo. Assim foi a homilia do Papa Francisco na missa celebrada
na capela da Casa Santa Marta esta terça-feira (19/06).
Comentando o trecho proposto pela Leitura do dia, extraído do
Evangelho de Mateus, o Papa admitiu a dificuldade humana em seguir o
modelo do nosso Pai celeste e propôs novamente o desafio do cristão,
isto é, de pedir ao Senhor a “graça” de saber “abençoar os nossos
inimigos” e nos comprometer a amá-los.
Perdoar para ser perdoados
“Nós sabemos que devemos perdoar os nossos inimigos”, afirmou o Papa,
nós dizemos isso todos os dias no Pai-Nosso. Pedimos perdão assim como
nós perdoamos: é uma condição…", embora não seja fácil. Assim como
“rezar pelos outros”, por aqueles que nos dão problemas, que nos colocam
à prova: também isto é difícil, mas o fazemos. Ou pelo menos muitas
vezes conseguimos fazê-lo ":
Mas rezar por aqueles que me querem destruir, os inimigos, para
que Deus os abençoe: isso é realmente difícil de entender. Pensemos no
século passado, os pobres cristãos russos que somente pelo facto de serem
cristãos eram enviados para a Sibéria para morrer de frio: e eles
deveriam rezar pelo governante carrasco que os enviava ali? Mas como é
possível? E muitos o fizeram: rezaram. Pensemos em Auschwitz e noutros
campos de concentração: eles deveriam rezar por este ditador que queria
a raça pura e matava sem escrúpulo, e rezar para que Deus os
abençoasse! E muitos fizeram isso.
Aprender com a lógica de Jesus e dos mártires
É a difícil lógica de Jesus, que no Evangelho está contida na oração e
na justificação daqueles que “o mataram” na cruz: “perdoa-lhes Pai,
porque não sabem o que fazem”. Jesus pede perdão para eles, recordou o
Papa, assim como fez Santo Estevão no momento do martírio:
Mas quanta distância, uma infinita distância entre nós que muitas vezes não perdoamos pequenas coisas, e é isso que nos pede o Senhor e do qual sempre nos deu exemplo: perdoar aqueles que nos tentam destruir. Às vezes, nas famílias é muito difícil perdoarem-se os cônjuges depois de alguma briga, ou perdoar a sogra também: não é fácil. O filho pedir perdão ao pai é difícil. Mas perdoar os que o estão a matar, que querem eliminá-lo … Não somente perdoar: rezar por eles, para que Deus os proteja! E mais: amá-los. Somente a palavra de Jesus pode explicar isso. Eu não consigo ir além.
Mas quanta distância, uma infinita distância entre nós que muitas vezes não perdoamos pequenas coisas, e é isso que nos pede o Senhor e do qual sempre nos deu exemplo: perdoar aqueles que nos tentam destruir. Às vezes, nas famílias é muito difícil perdoarem-se os cônjuges depois de alguma briga, ou perdoar a sogra também: não é fácil. O filho pedir perdão ao pai é difícil. Mas perdoar os que o estão a matar, que querem eliminá-lo … Não somente perdoar: rezar por eles, para que Deus os proteja! E mais: amá-los. Somente a palavra de Jesus pode explicar isso. Eu não consigo ir além.
Pedir a graça de ser perfeito como o Pai
Portanto, destacou Francisco, é a graça de pedir para entender algo
deste mistério cristão e ser perfeito como o Pai, que dá todos os seus
bens aos bons e aos maus. O Papa concluiu afirmando que nos fará bem
pensar nos nossos inimigos, pois todos nós temos algum:
Hoje, far-nos-á bem pensar num inimigo – creio que todos nós temos
um -, alguém que nos fez mal ou que nos quer fazer mal ou tenta prejudicar-nos: pensar nesta pessoa. A oração mafiosa é: “Vais-me pagar”. A
oração cristã é: “Senhor, dá-lhe a tua bênção e ensine-me a amá-lo”.
Pensemos num inimigo: todos temos um. Pensemos nele. Rezemos por ele.
Peçamos ao Senhor a graça de amá-lo.
VATICAN NEWS
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