19 junho, 2018

Sínodo dos jovens: sete palavras-chave do Instrumento de trabalho


 


Sínodo 2018: os jovens, a fé e o discernimento vocacional 
 
Publicado o Documento de trabalho da XV Assembleia Geral ordinária do Sínodo dos Bispos, programado para Vaticano de 3 a 28 de outubro, sobre o tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.
 

Isabella Piro – Cidade do Vaticano

Um bilião e 800 mil pessoas entre 16 e 29 anos, isto é, ¼ da humanidade, são os jovens do mundo. No Instrumento de Trabalho do próximo Sínodo sobre a juventude, publicado esta terça-feira (19/06), os padres sinodais poderão encontrar a descrição de sua variedade, as suas esperanças e dificuldades.

O Instrumentum Laboris é o momento de convergência da escuta de todos os componentes da Igreja e também de vozes que não pertencem a ela.

Estruturado em três partes – reconhecer, interpretar e escolher – o Documento busca oferecer as chaves de leitura da realidade juvenil, baseando-se em diferentes fontes, entre as quais um Questionário on line que reuniu as respostas de mais de 100 mil jovens. 

Que querem os jovens da Igreja
Portanto, o que querem os jovens de hoje? Sobretudo, o que buscam na Igreja? Em primeiro lugar, desejam uma “Igreja autêntica”, que brilhe por “exemplaridade, competência, corresponsabilidade e solidez cultural”, uma Igreja que partilhe “a sua situação de vida à luz do Evangelho ao invés de fazer pregações”, uma Igreja que seja “transparente, acolhedora, honesta, atraente, comunicativa, acessível, alegre e interativa”. Enfim: uma Igreja “menos institucional e mais relacional, capaz de acolher sem julgar previamente, amiga e próxima, acolhedora e misericordiosa”. 

Tolerância zero
Mas há também quem não pede nada à Igreja ou pede que seja deixado em paz, considerando-a um interlocutor não significativo ou uma presença que “incomoda e irrita”. Um motivo para esta atitude está nos casos de escândalos sexuais e económicos, sobre os quais os jovens pedem à Igreja que “reforce a  sua política de tolerância zero”.
 
Outro motivo está no despreparo dos ministros ordenados e na dificuldade da Igreja em explicar o motivo das próprias posições doutrinais e éticas diante da sociedade contemporânea. 

Sete palavras
Tudo isto se articula em sete palavras que o Istrumentum Laboris assim classificou:
 
1. Escuta: os jovens querem ser ouvidos com empatia.
2. Acompanhamento: espiritual, psicológico, formativo, familiar e vocacional.
3. Conversão: seja de tipo religioso, sistémico, ecológico e cultural.
4. Discernimento: uma das palavras mais usadas no Documento, seja no sentido de uma “Igreja em saída” para responder às exigências dos jovens, seja como dinâmica espiritual.
5. Desafios: discriminações religiosas, racismo, precariedade no trabalho, pobreza, dependência de drogas e álcool, bullying, exploração sexual, corrupção, tráfico de pessoas, educação e solidão.
6. Vocação: repensar a pastoral juvenil.
7. Santidade: o Documento sinodal termina com uma reflexão sobre a santidade, “porque a juventude é um tempo para a santidade”. Que a vida dos santos inspire os jovens de hoje a “cultivar a esperança” para que – como escreve o Papa Francisco na oração final do Documento – os jovens, “com coragem, tomem as rédeas de sua vida, almejem as coisas mais belas e mais profundas e mantenham sempre um coração livre”.

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