(RV) O Papa Francisco presidiu neste domingo (15/10) na Praça São Pedro, à Canonização dos Mártires brasileiros de Cunhaú e Uruaçu: André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro, Mateus Moreira e 27 Companheiros.
Além dos nossos mártires, o Santo Padre canonizou também três
Protomártires do México: Cristóvão, Antônio e João, mortos por ódio à
fé, em 1527 e 1529.
Na mesma cerimônia, foram canonizados o sacerdote espanhol, Faustino
Míguez, fundador do Instituto das Filhas da Divina da Divina Pastora, e
o Frade Menor Capuchinho italiano, Ângelo de Acre.
Mártires de Cunhaú e Uruaçu
Nossos Beatos Mártires André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro,
Mateus Moreira e 27 leigos foram assassinado, em 1645, em defesa da fé
católica, em Cunhaú e Uruaçu (RN).
Em 1645, os soldados holandeses, de religião Calvinista, ocuparam o
nordeste brasileiro, levando consigo um pastor protestante para
convencer os residentes a renunciarem à sua fé católica.
Ao chegarem a Cunhaú (RN), onde residiam vários colonos, que
trabalhavam nos canaviais, soldados e índios tapuias invadiram a Capela
do Engenho de Cunhaú, durante a Missa dominical, celebrada pelo Padre
André de Soveral, e os assassinaram em 16 de julho.
Aterrorizados com o episódio de Cunhaú, muitos moradores de Natal
pediram asilo no Forte dos Reis Magos; outros se refugiaram em lugares
improvisados. Mas, no dia 3 de outubro, foram levados para as margens do
Rio Uruaçu, onde foram massacrados por cerca de 80 índios e soldados
holandeses armados. Segundo cronistas da época, o leigo Mateus Moreira
teve o coração arrancado pelas costas. Agonizante, Mateus repetia a
frase “louvado seja o Santíssimo Sacramento”.
Protomártires do México
Além dos Mártires brasileiros, foram canonizados também os
Protomártires do México: Cristóvão, Antônio e João, crianças que
morreram, em 1527 e 1529, por não renunciarem à sua fé em Jesus Cristo.
As crianças mártires de Tlaxcala representam os mártires de toda a
América Latina, porque foram os primeiros a dar testemunho da sua fé”;
foram os primeiros nativos de etnia americana, convertidos à fé
católica, a derramar seu sangue por Cristo no continente.
Cristóvão nasceu, provavelmente, em 1514; Antônio e João por volta de
1516. Foram cruelmente mortos por seus conterrâneos porque, em nome da
fé católica, rejeitaram a idolatria e a poligamia. Cristóvão morreu em
1527 e Antônio e João em 1529.
As crianças Mártires de Tlaxcala foram declaradas Padroeiras da Infância mexicana.
Outras duas Canonizações
Por fim, o Papa Francisco canonizou ainda o sacerdote espanhol, Padre
Faustino Míguez, fundador do Instituto Calazans das Filhas da Divina da
Divina Pastora, e o Frade Menor Capuchinho italiano, Ângelo de Acre.
Faustino Míguez nasceu em Xamirás, Espanha, em 1831. Frequentando a
escola de São José de Calazans, dedicou-se à educação da infância e da
juventude, aos sofrimentos e enfermidades da alma e do corpo do povo.
Ciente da importância do papel da mulher na família e na sociedade,
fundou, em 1875, o Instituto das Filhas da Divina Pastora, para a
promoção humana e cristã das meninas, especialmente das mais pobres.
Padre Faustino morreu em Getafe, aos 94 anos de idade, no dia 8 de março
de 1925.
Ângelo de Acre nasceu na Calábria, sul da Itália, em 1669. Aos 18
anos, entrou para o Convento dos Capuchinhos, em Acre. Fez a profissão
religiosa em 1691 e recebeu a ordenação sacerdotal. Como sacerdote
dedicou-se à pregação, simples e fervorosa, acompanhada de milagres e
conversões, oração e muitos êxtases. Como Provincial Capuchinho foi
chamado “anjo da paz” e, como verdadeiro filho de São Francisco, achava
necessário carregar cinco pedras preciosas: austeridade, simplicidade e
observância das Regras, inocência de vida e caridade sem limites. Seis
meses antes de morrer foi acometido de cegueira. Em 1739, com 70 anos de
idade, expirou serenamente na sua terra natal, Acre, onde seus restos
mostrais descansam em um grande santuário. (MT)
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