(RV) A cidade alemã de Aquisgrana atribuiu hoje ao Papa Francisco o Prémio Carlos Magno, prémio com que distingue personalidades que se tenham destacado pelo seu papel a favor dos valores da integração europeia. O Papa – lê-se na motivação – traz uma mensagem de esperança à Europa num momento de crise que tem relegado para segundo plano “todas as conquistas do processo de integração”. São citadas, de modo particular, as intervenções do Papa Francisco durante a sua visita a Estrasburgo em novembro do ano passado. O Papa – afirma-se – é a “voz da consciência” que pede para colocar o ser humano no centro, “uma autoridade moral extraordinária”.
A entrega do prémio não acontecerá, como habitualmente, durante a
festa da Assunção, porque o Papa não irá a Aquisgrana, mas sim em Roma,
numa data a ser definida.
O Papa Francisco é o segundo Papa a quem é conferido o Prémio Carlos
Magno com referência à Europa e à unificação europeia: em 2004 fora
atribuído ao Papa João Paulo II o Prémio Carlos Magno “extraordinário”.
Além disso, o Papa Francisco é a terceira personalidade não-europeia a
receber este prémio e ao mesmo tempo o terceiro americano. No ano 2000 o
prémio fora atribuído ao Presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton e,
em 1959, a George Marshall, aquele que propôs o chamado Plano Marshall
para a reconstrução da Europa depois da Segunda Guerra Mundial.
O Prémio Carlos Magno de Aquisgrana é um dos mais importantes prémios
europeus, atribuído a pessoas ou instituições que se tenham distinguido
em questões relacionadas com a unidade da Europa.
A escolha do premiado é feita por um directório formado pelo
Presidente da Câmara (burgomastro), pelo reitor da Catedral (Duomo) e
pelo reitor da Universidade técnica, juntamente com representantes do
Conselho de Cidadãos e outros membros nomeados.
A cidade alemã de Aquisgrana ou Achen (em alemão) é a terra natal de Carlos Magno.
Entretanto, o Padre Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa da
Santa Sé prestou declarações à RV sobre este prémio atribuído ao Santo
Padre:
“Sabemos que o Papa Francisco jamais aceitou prémios e
honorificências dedicadas à sua pessoa. Portanto, esse é um facto
totalmente excepcional e nós podemo-nos perguntar porque motivo aceitou.
Perguntei-lhe a esse respeito e ele respondeu-me que este é um prémio
pela paz e, nestes tempos em que vemos esses graves riscos que existem
para a paz no mundo – muitas vezes fala-se, inclusive, da terceira
guerra mundial em capítulos –, ele considera que é fundamental falar de
paz, encorajar a agir em favor da paz. Por conseguinte, o Papa
interpreta este prémio não tanto como algo dado a ele mesmo para
honrá-lo, mas como ocasião de uma nova mensagem de compromisso em favor
da paz, dedicado e dirigido a toda a Europa que é um continente que deve
construir e continuar construindo a paz no seu seio e sendo ativo,
tendo um grande papel para a paz no mundo. Portanto, trata-se de um
prémio para a paz, uma ocasião de oração pela paz, todos juntos, o Papa
com todos os povos e as pessoas de boa vontade, que manifesta o anseio, o
desejo, o compromisso de construir a paz no continente e também no
mundo inteiro.”
(DA)
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