(RV) O Papa
Francisco estará no México de 12 a 18 de fevereiro de 2016, anunciou ele
mesmo na tarde deste sábado (12/12), na Basílica de São Pedro, onde
celebrou Missa por ocasião da Festa de Nossa Senhora de Guadalupe,
Padroeira dos países da América Latina. Na
sua homilia o Papa Francisco falou antes de tudo o amor misericordioso
de Deus, porque Deus nos ama com um amor gratuito, sem limites, sem
esperar nada em troca. E sublinhou que amor misericordioso é o atributo
mais surpreendente de Deus, a síntese em que está condensada a mensagem
do Evangelho e a fé da Igreja.
A palavra "misericórdia" – prosseguiu
o Papa - é composta por duas palavras distintas: miséria e coração - o
coração indica a capacidade de amar e a misericórdia é o amor que abraça
a miséria da pessoa humana, é um amor que "sente" a nossa indigência
como se fosse sua, a fim de nos livrar dela, explicou Francisco, que
também acrescentou:
"O Verbo se fez carne ", com a
intenção de partilhar todas as nossas fragilidades. Com a intenção de
experimentar a nossa condição humana, até assumir com a Cruz todo o
sofrimento da existência humana. Tal é a profundidade da sua compaixão e
da sua misericórdia: aniquilar-se para se dedicar a acompanhar e servir
a humanidade ferida. Nenhum pecado pode apagar a sua proximidade
misericordiosa, nem impedir-lhe de pôr em acto a sua graça da conversão,
desde que nós a invoquemos”.
E até mais, reiterou Francisco, o
próprio pecado faz brilhar com mais força o amor de Deus Pai que, para
resgatar o escravo, sacrificou o Filho. E a misericórdia divina nos vem
com o dom do Espírito Santo que recebemos no Baptismo, Espírito que,
disse Francisco, alimenta a nova vida dos discípulos e, por maiores e
graves que sejam os pecados do mundo, renova a face da terra e torna
possível o milagre de uma vida mais humana, cheia de alegria e
esperança.
"O Senhor está perto", disse em seguida Francisco citando S. Paulo, e por isso não devemos angustiar-nos por nada:
“[Ele] Caminha junto de nós,
mostra-nos o caminho do amor, levanta-nos quando caímos, nos sustenta
nas nossas fadigas, nos acompanha em todas as circunstâncias da nossa
existência. Ele nos abre os olhos para nos fazer ver as nossas misérias e
as do mundo, mas ao mesmo tempo nos enche de esperança”.
E o Papa convidou todos a cultivar
esta experiência de misericórdia, de paz e esperança, durante o caminho
do Advento que estamos a percorrer e à luz do Ano Jubilar, pois anunciar
a Boa Nova aos pobres, como João Baptista, realizando as obras de
misericórdia, é uma boa maneira de preparar a vinda de Jesus no Natal,
sublinhou o Santo Padre.
À Virgem Maria, “Mãe de
Misericórdia”, que sempre viveu intimamente unida ao seu Filho, sabe
melhor do que ninguém o que Ele quer, ou seja, que todos os homens sejam
salvos e que a ninguém nunca falte a ternura e o conforto de Deus,
disse Francisco que concluiu confiando à Virgem de Guadalupe os
sofrimentos e as alegrias dos povos de todo o continente americano, que a
ama e a tem por Padroeira:
“Que a doçura do seu olhar nos
acompanhe neste Ano Santo, para que todos possamos redescobrir a alegria
da ternura de Deus"; a ela pedimos que este Ano Jubilar seja uma
semente de amor misericordioso no coração das pessoas, das famílias e
das nações; que nos tornemos misericordioso, e que as comunidades
cristãs saibam ser oásis e fontes de misericórdia, testemunhas de uma
caridade que não admite exclusões”. (BS)
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