27 janeiro, 2018

Papa a membros da Cruz Vermelha: sejam testemunhas de humanidade

 
Papa com a Cruz Vermelha Italiana  (Vatican Media)
 
 
"A cultura do descarte, muito atual hoje, é uma cultura anónima, sem laços e rostos", disse o Papa.
 
Cidade do Vaticano

O Papa Francisco recebeu, em audiência, neste sábado (27/01), na Sala Paulo VI, no Vaticano, cerca de sete mil membros da Cruz Vermelha Italiana.

“A cultura do descarte” causa um número indefinido de invisíveis, aprisionados “na indiferença”. Segundo Francisco, o trabalho realizado pelos membros da Cruz Vermelha recorda a figura evangélica do Bom Samaritano e gera esperança para o futuro do ser humano. Homens e mulheres que são verdadeiros profetas, capazes de “despertar o mundo indiferente”.
“ A sua presença junto aos emigrantes é um sinal profético, necessário no nosso tempo. ”
"Eu disse a palavra ‘sinal profético’: o profeta, para dizer numa linguagem que todos entendam, é aquele que dá bofetadas com a sua maneira de viver, com o serviço que faz e com as palavras. Dá verdadeiras bofetadas ao egoísmo social, ao egoísmo das sociedades, e faz despertar o que tem de melhor no coração!”  

Francisco agradeceu aos membros da Cruz Vermelha Italiana pelo serviço prestado, pela capacidade de reconhecer o rosto de crianças, idosos, homens e mulheres que a cultura do descarte exclui “sem ouvir o seu clamor e perceber seus sofrimentos”.
“ A cultura do descarte, muito atual hoje, é uma cultura anónima, sem laços e rostos. Ela cuida somente de alguns, excluindo muitos outros. ”
"Afirmar o princípio de humanidade significa também ser promotores de uma mentalidade arreigada no valor de cada ser humano, e de uma prática que coloque no cento da vida social não os interesses económicos, mas o cuidar das pessoas.”

No seu discurso, o Papa ressaltou que a associação trabalha segundo os princípios de humanidade, de imparcialidade e neutralidade, inclinando-se de forma “amorosa e desinteressada” sobre aqueles que estão em dificuldade, que são vítimas de calamidades naturais ou dos emigrantes, “durante o seu percurso árduo no mar”. Esse critério de ação contrasta com a “tendência, muito difundida, infelizmente, de distinguir quem merece atenção e socorro, de quem não seja digno”.

O Papa recordou que quem “olha os outros com os óculos da amizade e não com as lentes da competição ou do conflito, torna-se construtor de um mundo mais vivível e humano”.

Francisco lembrou também de modo especial os membros da Cruz Vermelha que “no exercício da missão de ajuda, doaram a vida” para socorrer quem precisava.

VATICAN NEWS

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