Papa na janela do apartamento pontifício
(ANSA)
"Na realidade, um
homem, uma mulher, que vive na vaidade, na avareza, na soberba e ao
mesmo tempo acredita e se mostra como religioso e até mesmo chega a
condenar os outros é um hipócrita", disse Francisco, no Angelus deste
domingo.
Jackson Erpen – Cidade do Vaticano
O Senhor convida-nos a, continuamente a fugir do perigo de “dar mais
importância à forma do que à substância”, e a reconhecer que o amor a
Deus e ao próximo é o verdadeiro centro da experiência da fé, que deve
ser purificada “da hipocrisia do legalismo e do ritualismo”.
Um alerta para o comportamento hipócrita: em síntese, este foi o teor da alocução do Santo Padre, antes de rezar o Angelus neste XXII Domingo do Tempo Comum.
Dirigindo-se aos milhares de peregrinos e turistas presentes na Praça
São Pedro, o Pontífice disse que este tema tratado no Evangelho de
Marcos na liturgia deste domingo, é “importante para todos nós crentes: a
autenticidade de nossa obediência à Palavra de Deus, contra toda
contaminação mundana ou formalismo legalista”.
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Angelus de 2 de setembro de 2018
“Na realidade – afirmou Francisco - um homem, uma mulher, que vive
na vaidade, na avareza, na soberba e ao mesmo tempo acredita e se mostra
como religioso e até mesmo chega a condenar os outros, é um hipócrita”.
E as palavras de Jesus para este “adjetivo”, são “claras e fortes!”
“Hipócrita é, por assim dizer – explicou - um dos adjetivos mais
fortes que Jesus usa no Evangelho e o pronuncia dirigindo-se aos mestres
da religião: doutores da lei, escribas... “Hipócrita!”, diz Jesus”:
“De facto, Jesus quer sacudir os escribas e os fariseus do erro em que
eles caíram, e qual é este erro? O de desvirtuar a vontade de Deus
negligenciando os seus mandamentos para observar as tradições humanas”.
O Papa recorda que o convite do Senhor para fugirmos “do perigo de
dar mais importância à forma que à substância”, é dirigido também à nós,
hoje:
“Ele nos chama a reconhecer, sempre de novo, aquele que é o
verdadeiro centro da experiência da fé, isto é, o amor de Deus e o amor
ao próximo, purificando-a da hipocrisia do legalismo e do ritualismo”.
Também Tiago, na segunda leitura, “diz-nos em síntese”, que a
verdadeira religião é “visitar os órfãos e as viúvas no sofrimento e não deixar-se contaminar por este mundo":
“'Visitar órfãos e viúvas' significa praticar a caridade com o
próximo, começando pelos mais necessitados, os mais frágeis, os mais
marginalizados. São as pessoas de quem Deus cuida de forma especial e
pede a nós para fazer o mesmo”.
“Também aqui não deve ser uma atitude exterior, mas interior, de
substância”, que “significa vigiar para que o nosso modo de pensar e
agir não seja poluído pela mentalidade mundana, isto é, pela vaidade,
avareza, soberba”:
“Na realidade, um homem, uma mulher, que vive na vaidade, na
avareza, na soberba e ao mesmo tempo acredita e mostra-se como religioso
e até mesmo chega a condenar os outros, é um hipócrita”.
O Papa convida então a fazermos um exame de consciência para
ver como acolhemos a Palavra de Deus, pois “se a escutarmos de maneira
distraída ou superficial, ela não nos servirá muito”:
“Em vez disto, devemos acolher a Palavra com mente e coração
abertos, como um terreno bom, para que seja assimilada e produza frutos
na vida concreta. Jesus diz que a Palavra de Deus é como o trigo, é uma
semente que deve crescer nas obras concretas. Assim a própria Palavra purifica-nos o coração, as ações e a nossa relação com Deus e com os
outros é libertada da hipocrisia”.
Que o exemplo e a intercessão da Virgem Maria - disse o Papa ao
concluir - nos ajudem a honrar sempre o Senhor com o coração,
testemunhando o nosso amor por ele nas escolhas concretas para o bem dos
irmãos.
VATICAN NEWS
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