(RV) Neste domingo, 5 de Fevereiro, o Papa Francisco, fez, como habitualmente, antes da oração do Angelus, ao meio dia, uma breve reflexão sobre a liturgia deste domingo em que o Evangelista São Mateus nos propõe o chamado “Discurso da Montanha”. Um discurso em que Jesus indica a missão dos seus discípulos no mundo e utiliza a metáfora do sal e da luz. Palavras dirigidas - – disse o Papa – a discípulos de todos os tempos e, portanto, também a nós, no mundo de hoje.
Jesus convida a sermos reflexos da luz através do nosso testemunho e
de boas obras, pois que somos reconhecíveis como verdadeiros discípulos
de Cristo que é a Luz do mundo, através das nossas obras, dos nossos
comportamentos que – tanto no bem como no mal – deixam marcas nos
outros. Por isso, temos a tarefa e a responsabilidade de partilhar com
os outros, a fazer resplandecer no mundo, a luz da fé que recebemos por
meio de Cristo e do Espírito Santo. “E como precisa o mundo da luz do Evangelho que transforma, cura e garante a salvação a quem a acolhe!”
– exclamou o Papa. Até porque, doando a luz da nossa fé, ela não se
apaga. Antes pelo contrário, reforça-se. Se não for alimentada com o
amor e as obras de caridade pode sim, apagar-se. Mas vivida na caridade e
no amor, a luz da fé encontra o sal. Como discípulos de Cristo, somos
também sal da terra – explicou o Papa dizendo que no tempo de Jesus não
havia frigoríficos. E o sal não só dava sabor aos alimentos como também
os preservava da alteração e da corrupção.
“Portanto, a missão dos cristãos na sociedade é a de dar
“sabor” à vida com a fé e o amor que Cristo nos deu e, ao mesmo tempo,
manter afastados os germes poluentes do egoísmo, da inveja, do maldizer e
assim por diante. Estes germes estragam o tecido da nossa sociedade,
que deve, isso sim, resplandecer como lugar de acolhimento, de
solidariedade, de reconciliação. Para levar a cabo esta missão, é
necessário que nós mesmos, em primeiro lugar sejamos libertados da
degeneração corruptiva dos influxos mundanos, contrários a Cristo e ao
Evangelho; e esta purificação não chega nunca ao fim, deve ser feita
continuamente ”
Cada um de nós – prossegui Francisco concluindo – é chamado a ser luz
e sal no próprio ambiente de vida quotidiana. E invocou a ajuda de
Nossa Senhora, primeira discípula de Jesus e modelo dos crentes, para
que vivamos cada dia da história a vocação e missão.
“Que a Nossa Mãe nos ajude a deixarmo-nos purificar e
iluminar pelo Senhor, para tornarmo-nos, nós também, “Sal da terra” e
“luz do mundo”
Após a recitação do Ângelus juntamente com os fiéis reunidos na Praça
de São Pedro, Francisco recordou que neste domingo se celebra na Itália
“A Jornada pela Vida” sobre o tema “Mulheres e homens pela vida nas pegadas de Santa Teresa de Calcutá”. O Papa uniu a sua voz à dos bispos italianos no desejo de que haja uma corajosa acção educativa a favor da vida humana.
“Levemos avante a cultura da vida como resposta à lógica do
descarte e à redução demográfica: estejamos próximos e, juntos, rezemos
pelas crianças que estão em perigo da interrupção da gravidez, assim
como também pelas pessoas que estão quase em fim de vida: toda a vida é
sagrada!; rezemos para que ninguém seja deixado só e o amor defenda o
sentido da vida. Recordemos as palavras de Madre Teresa: “A vida é
beleza, admira-a: a vida é vida, defende-a!”, tanto crianças que estão
para nascer, como pessoas que estão em fim de vida. Toda a vida é
sagrada!."
O Papa concluiu saudando todos aqueles que trabalham pela vida, os
docentes das Universidades de Roma e quantos colaboram na formação das
novas gerações, a fim de que sejam capazes de construir uma sociedade
acolhedora e digna para cada ser humano.
Depois o Papa saudou os peregrinos, as famílias e associações
provenientes de várias partes do mundo, entre os quais um grupo de
estudantes portugueses de Penafiel e de Badajoz, na Espanha.
De todos se despediu desejando bom domingo e pedindo, como sempre, o favor de rezarmos por ele.
(DA)
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