Papa durante o Angelus
(ANSA)
Francisco: "quem confia em Deus sabe bem que a vida de fé não é algo estático, mas é dinâmica: é um caminho contínuo, para ir para etapas sempre novas, que o próprio Senhor indica dia após dia.
Silvonei José - Cidade do Vaticano
O Papa Francisco rezou ao meio-dia deste domingo (11/08) o Angelus
com os milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro. Na
sua alocução que precedeu a oração mariana o Santo Padre citou a página
evangélica do domingo na qual Jesus chama os seus discípulos à
vigilância constante para captar a passagem de Deus na própria vida,
porque Deus continuamente passa na nossa vida.
Francisco sublinhou que “a verdadeira fé abre o coração ao próximo e
encoraja a comunhão com os irmãos, especialmente com aqueles que estão
na necessidade”. Chamou então a atenção a todos os fiéis que se
professam cristãos que "ninguém pode retirar-se intimamente na certeza
da sua própria salvação, desinteressando-se dos outros”.
O Pontífice exortou "a não criar raízes em cómodas e tranquilizadoras
habitações, mas abandonar-mo-nos com simplicidade e confiança à vontade de
Deus, que nos guia para a próxima meta.
“O Senhor caminha sempre connosco e tantas vezes nos pega pela mão,
para nos guiar, para não errarmos neste caminho tão difícil. De facto,
quem confia em Deus sabe bem que a vida da fé não é algo estático, mas é
dinâmica: é um caminho contínuo, para ir para etapas sempre novas, que o
próprio Senhor indica dia após dia. Porque Ele é o Senhor das
surpresas, o Senhor das novidades, mas das verdadeiras novidades”.
E depois - continuou Francisco - é-nos pedido para mantermos as
"lâmpadas acesas" para sermos capazes de iluminar a escuridão da noite.
Somos convidados, isto é, a viver uma fé autêntica e madura, capaz de
iluminar as muitas "noites" da vida. “E sabemos, todos nós tivemos dias
que eram verdadeiras noites espirituais”. "A lâmpada da fé precisa de ser
alimentada continuamente, com o encontro coração a coração com Jesus na
oração e na escuta da sua Palavra".
O Papa recordou então o que já dissera várias vezes: "carreguem
sempre convisco um pequeno Evangelho no bolso, na bolsa, para o ler. É
um encontro com Jesus, com a Palavra de Jesus. Esta lâmpada do encontro
com Jesus na oração e na sua Palavra nos é confiada para o bem de
todos". E sublinhou: “é uma fantasia crer que alguém possa iluminar-se por dentro. Não, é uma fantasia”.
Francisco disse ainda que Jesus, para nos fazer compreender a atitude
de espera, conta a parábola dos servos que esperam o regresso do patrão
quando regressa de um casamento, apresentando assim outro aspeto da
vigilância: estar prontos para o último encontro e definitivo com o
Senhor. Cada um de nós vai encontrar-se com Ele naquele dia do encontro.
Cada um de nós tem a sua própria data para o encontro final.
O Papa observou que "a vida é um caminho em direção à eternidade; por
isso, somos chamados a fazer frutificar todos os talentos que temos,
nunca esquecendo que não temos aqui a cidade estável, mas estamos à
procura da cidade futura". Nesta perspectiva o Pontífice concluiu, "cada
momento torna-se precioso", com vista a "construir um mundo mais justo e
fraterno".
VN
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