Papa Francisco na Audiência Geral de 26 de junho de 2019
(Vatican Media)
No próximo dia 7
de agosto o Papa retoma as Audiências Gerais das Quartas-feiras depois
da pausa de férias em julho. Será a 280.ª catequese do Papa Francisco.
Trata-se de reflexões ricas de espiritualidade que vale a pena ler ou
ouvir novamente de modo integral, recorrendo às fontes vaticanas
Cidade do Vaticano
Quarta-feira 7 de agosto, depois da pausa do mês de julho, recomeçam
as audiências gerais do Papa: será a 280.ª catequese de Francisco,
considerando também as audiências jubilares realizadas nos sábados por
ocasião do Ano Santo da Misericórdia. A audiência geral é um importante
encontro semanal juntamente com o Angelus e as homilias das missas na
capela da Casa de Santa Marta, além das celebrações do ano litúrgico, e
representam o coração espiritual do seu magistério petrino. São
encontros com pessoas provenientes de todo o mundo, mesmo não católicos,
que dão ocasião ao Papa para fazer uma simples, mas profunda catequese
sobre a fé cristã. Trata-se de reflexões ricas de espiritualidade que
vale a pena ler ou ouvir novamente de modo integral, recorrendo às
fontes vaticanas. Nestes encontros do Papa nunca falta o abraço
prolongado aos doentes.
Temas das catequeses
Portanto até agora, o Papa Francisco realizou 279 catequeses. Os
temas escolhidos dão uma indicação do caminho da Igreja nestes anos.
Desde 2013 foram feitos 12 ciclos de catequeses, além das audiências
dedicadas a assuntos específicos como o Advento, o Natal, a Quaresma e a
Páscoa: em junho deste ano iniciou o 13.º ciclo. Francisco retomou as
catequeses do Ano da Fé propostas por Bento XVI, detendo-se no Credo, ao
qual dedicou 25 audiências. Os outros 12 ciclos foram: os Sacramentos
(9), os Dons do Espírito Santo (7), a Igreja (15), A família (36), a
Misericórdia, por ocasião do Jubileu (49), a Esperança cristã (38), a
Santa Missa (15), o Batismo (6), a Confirmação (3), os Mandamentos (17),
a oração do Pai Nosso (16), os Atos dos Apóstolos (até agora 4).
A Semana Santa
Em 27 de março de 2013, Francisco dedicou a primeira catequese do
Pontificado à Semana Santa explicando que viver como ressuscitados
significa seguir Jesus no seu caminho da Cruz à Ressurreição para entrar
cada vez mais na lógica de Deus: isto exige “sairmos de nós mesmos, de
um modo de viver a fé cansado e rotineiro, da tentação de nos fecharmos
nos nossos esquemas, que acabam por fechar o horizonte da obra criativa
de Deus. Deus saiu de si mesmo para vir ao nosso meio… para nos trazer a
sua misericórdia que salva e dá esperança. Também nós, se quisermos
segui-lo… não devemos contentar-nos em permanecer no recinto das noventa
e nove ovelhas, mas temos que ‘sair’, procurar com Ele a ovelha
tresmalhada, a mais distante…. Recordem bem. Deus pensa sempre com
misericórdia: é o Pai misericordioso!”.
O Ano da fé
No primeiro ciclo de catequese dedicado ao Ano da Fé, o Papa afirma
que a Morte e a Ressurreição de Jesus são “o coração da nossa
esperança”. Infelizmente – sublinha – “muitas vezes procura-se obscurecer a
fé na Ressurreição de Jesus, e mesmo entre os próprios crentes foram
insinuadas dúvidas” por “uma visão apenas horizontal da vida. Mas é precisamente a Ressurreição que nos abre à esperança maior, porque abre a
nossa vida e a vida do mundo ao futuro eterno de Deus, à felicidade
plena, à certeza de que o mal, o pecado, a morte podem ser vencidos. E
isto leva a viver com mais confiança as realidades cotidianas… A
Ressurreição de Cristo é a nossa força… é o tesouro mais precioso! Como
não partilhar este tesouro com os outros?”.
Os Sacramentos
Os Sacramentos não são ritos formais – recorda o Papa nestas
catequeses – mas atos que mudam a nossa vida. A partir do Batismo, que
liberta do pecado original e “toca a nossa existência em profundidade”
porque nos mergulha “naquela fonte inexaurível de vida que é a morte de
Jesus, o maior ato de amor de toda a história; e graças a este amor
podemos viver uma nova vida, não mais à mercê do mal, do pecado e da
morte, mas na comunhão com Deus e com os irmãos”.
Os Dons do Espírito Santo são o centro do terceiro ciclo de
catequeses: “O Espírito Santo – sublinha Francisco – constitui a alma, a
linfa vital da Igreja e de cada cristão: é o Amor de Deus que faz do
nosso coração a sua morada e entra em comunhão com cada um de nós. O
Espírito Santo - sublinha Francisco – é o dom de Deus por excelência… e
por sua vez, transmite vários dons espirituais a quantos o acolhem. A
Igreja identifica sete, número que simbolicamente significa plenitude,
totalidade” que nos fazem viver e ver o mundo com o coração de Deus.
A Igreja
Depois o Papa passou às reflexões sobre a Igreja: “Ser Igreja é
sentir-se nas mãos de Deus, que é Pai que nos ama” e quis “formar um povo
abençoado pelo seu amor… que leve a sua bênção a todos os povos da
terra”. Recorda as palavras de Bento XVI quando falava do “nós”
eclesial: fazer parte da Igreja significa pertencer a este povo, “não
vivemos isolados e não somos cristãos a título individual, cada qual por
sua própria conta, não… Na Igreja não existe ‘personalizações’, não
existem ‘jogadores livres’. De facto, alguns pensam que podem manter uma
relação pessoal… com Jesus Cristo fora da comunhão e da mediação da
Igreja. São tentações perigosas e prejudiciais”.
A família
As catequeses sobre a família, que se deram entre os dois Sínodos
sobre este tema, detêm-se sobre vários aspetos da vida familiar.
Francisco reitera as verdades fundamentais do Matrimónio: a
indissolubilidade, a unidade, a fidelidade e a abertura à vida. Ao mesmo
tempo olha com misericórdia para as famílias feridas.
Ano Santo da Misericórdia
O ciclo mais longo de catequeses é dedicado ao Ano Santo da
Misericórdia. O conteúdo essencial do Evangelho – afirma o Papa – é
Jesus, “a Misericórdia feita carne, que torna visível aos nossos olhos o
grande mistério do Amor trinitário de Deus”. Eis o convite de
Francisco: “A Igreja aprenda a escolher unicamente o que mais agrada a
Deus” que é “perdoar os seus filhos, ter misericórdia deles a fim de
que, por sua vez, também eles possam perdoar aos irmãos, resplandecendo
como tochas da misericórdia de Deus no mundo. É isto que mais agrada a
Deus!”.
Esperança cristã
O segundo ciclo mais longo é o da esperança cristã. “O otimismo
desilude – explica o Papa – a esperança não! Precisamos muito dela nesta
época que parece obscura, na qual às vezes nos sentimos perdidos diante
do mal e da violência que nos circundam, perante a dor de tantos
irmãos. É necessária a esperança!” que é crer que Deus com o seu amor
caminha connosco e não nos deixa sozinhos: “O Senhor Jesus venceu o mal,
abrindo-nos a senda da vida… Esperemos confiantes na vinda do Senhor, e
qualquer que seja o deserto das nossas vidas…tornar-se-á um jardim de
flores. A esperança não desilude!”.
A Santa Missa
Noutro ciclo de catequeses o Papa Francisco explica o significado
da Santa Missa. Recorda que muitos cristãos, “em dois mil anos de
história, resistiram até á morte para defender a Eucaristia”. E ainda
hoje, são muitos os que “arriscam a vida para participar da Missa
dominical… se não pudéssemos celebrar a Eucaristia… a nossa vida cristã
morreria”. De facto, é o mistério central da salvação: “Todas as vezes
que celebramos este sacramento participamos no mistério da paixão, morte
e ressurreição de Cristo” que derrama “sobre nós toda a sua
misericórdia e o seu amor, para assim renovar o nosso coração, a nossa
existência e o nosso próprio modo de nos relacionarmos com Ele e com os
irmãos ” fazendo-nos prelibar “ desde já a plena comunhão com o Pai, que
caracterizará o banquete celestial, onde juntamente com todos os Santos
teremos a felicidade de contemplar Deus face a face”.
O Pai-Nosso´
No ciclo sobre o Pai-Nosso, o Papa convida a jamais deixar de pedir a
Jesus “Senhor, ensina-me a rezar”. O primeiro passo para rezar é sermos
humildes, reconhecer que somos pecadores. Deus escuta a oração do
humilde. O Papa faz um esclarecimento: “Nenhum de nós é obrigado a
aceitar a teoria que no passado alguém propôs, isto é, que a oração de
pedido seja uma forma tíbia da fé, enquanto que a oração mais autêntica
seria o louvor puro, aquele que procura Deus sem o peso de pedido algum.
Não, isto não é verdade. A prece de pedido é autêntica… é um ato de fé
em Deus que é Pai, que é bom… Ele entende e ama-nos muito” O terço é
a oração que Francisco pede a todos para rezar todos os dias, também
para rejeitar os ataques do diabo à Igreja.
Atos dos Apóstolos
O último ciclo de catequeses que o Papa iniciou refere-se aos Atos
dos Apóstolos: um livro que fala “da viagem do Evangelho no mundo e
mostra-nos a maravilhosa ligação entre a Palavra de Deus e o Espírito
Santo que inaugura o tempo da evangelização.
VN
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