25 agosto, 2019

Papa no Angelus: a salvação é para todos, mas requer esforço e perseverança na fé

 
 
Na manhã deste domingo (25), antes da Oração Mariana do Angelus, o Papa comentou o Evangelho do dia e convidou os cristãos a terem uma vida coerente: aproximarem-se de Jesus e dos Sacramentos, como também ir à igreja. Isto porque, disse Francisco, para entrar no Paraíso é preciso passar por uma ‘porta estreita’, aquela da fé, aberta a todos, mas que exige uma dedicação pelo bem e pelo próximo, contra o mal e a injustiça.
 
Andressa Collet – Cidade do Vaticano

Os milhares de peregrinos que acompanharam a Oração Mariana do Angelus com o Papa Francisco neste domingo (25), na Praça de São Pedro, ou ao redor do mundo, viram a preocupação do Pontífice em relação aos incêndios na Amazónia, mas também meditaram sobre o Evangelho de hoje (cfr Lc 13,22-30).

O trecho de São Lucas “apresenta Jesus que passa a ensinar pelas cidades e povoados, até Jerusalém, sabendo que deve morrer na cruz para a salvação de todos os homens”. Neste contexto, alguém perguntou-Lhe se era verdade que poucos se salvariam, uma questão muito debatida naquele período, devido às diversas maneiras de interpretação das Escrituras. E Jesus respondeu, convidando “a usar bem o tempo presente”, fazendo “todo esforço possível para entrar pela porta estreita”.
“ Com estas palavras, Jesus mostra que não é questão de número, não existe o “número fechado” no Paraíso! Mas trata-se de atravessar, desde já, a passagem certa, e essa passagem certa é para todos, mas é estreita. ”
"Este é o problema. Jesus não quer iludir-nos, dizendo: “Sim, fiquem tranquilos, é fácil, existe uma bonita estrada e, lá no final, um grande portão...”. Não diz isto: fala-nos da porta estreita. Diz-nos as coisas como são: a passagem é estreita. Em que sentido? No sentido que, para se salvar, é preciso amar a Deus e ao próximo, e isso não é confortável! É uma “porta estreita” porque é exigente, o amor é sempre exigente, requer empenho, ou melhor, “esforço”, isto é, uma vontade decidida e perseverante de viver segundo o Evangelho. São Paulo chama a isto, “o bom combate da fé” (1Tm 6,12). É preciso o esforço de todos os dias, de cada dia para amar a Deus e o próximo." 

O chamamento à vida coerente e próxima de Jesus

Jesus usa uma parábola para se explicar melhor e para insistir em fazer o bem nesta vida, independente do título e do cargo que exercamos:
“ O Senhor vai reconhecer-nos não pelos nossos títulos. ‘Mas olha, Senhor, que eu participava naquela associação, que eu era amigo de tal monsenhor, de tal cardeal, de tal padre...’. Não, os títulos não contam, não contam. O Senhor vai reconhecer-nos somente por uma vida humilde, uma vida boa, uma vida de fé que se traduz nas obras. ”
O Papa, então, continua a motivar e a conduzir-nos para esse percurso diário.

"Para nós, cristãos, isto significa que somos chamados a instaurar uma verdadeira comunhão com Jesus, rezando, indo à igreja, aproximando-nos dos Sacramentos e nutrindo-nos da sua Palavra. Isto mantem-nos na fé, nutre a nossa esperança, reaviva a caridade. E, assim, com a graça de Deus, podemos e devemos dedicar a nossa vida pelo bem dos irmãos, lutar contra qualquer forma de mal e de injustiça." 

Maria, Porta do céu

Ao finalizar, o Papa diz que a primeira pessoa a ajudar-nos nesta dedicação pelo bem é Nossa Senhora:
“ Ela atravessou a porta estreita que é Jesus, o acolheu com todo o coração e seguiu-o integralmente todos os dias da sua vida, inclusive quando não entendia; quando uma espada perfurava a sua alma. Por isso a invocamos como “Porta do céu”: Maria, Porta do céu; uma porta que reflete exatamente a forma de Jesus: a porta do coração de Deus, coração exigente, mas aberto a todos nós. ”
RV

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