22 agosto, 2019

CELAM eleva a sua voz pela Amazónia


Floresta amazónica em chamas

A Presidência do Conselho Episcopal Latino-Americano, CELAM, manifesta a sua preocupação com os incêndios que ocorrem em diferentes partes do mundo, especialmente na Amazónia, cujos efeitos são de natureza global. 

Silvonei José - Cidade do Vaticano 

Fazendo eco das palavras do Papa Francisco, os representantes da Igreja na América Latina e no Caribe exortam homens e mulheres a serem guardiões da criação. A nota publicada pela presidência tem o título “Levantamos a voz pela Amazónia”.

Conscientes dos terríveis incêndios que consomem grande parte da flora e da fauna no Alasca, na Gronelândia, Sibéria, Ilhas Canárias e, em particular, na Amazónia, os Bispos da América Latina e Caribe desejam manifestar – escrevem -, a preocupação perante a gravidade desta tragédia, que não é apenas de impacto local ou mesmo regional, mas de proporções planetárias.

A esperança pela proximidade do Sínodo Amazónico, convocado pelo Papa Francisco – lê-se ainda no texto -, está agora manchada pela dor desta tragédia. Aos irmãos povos indígenas que habitam este amado território, expressamos toda a nossa proximidade e unimos a nossa voz à sua para clamar ao mundo por solidariedade e chamar a atenção para acabar com esta devastação
.
Já o Instrumento de Trabalho do Sínodo adverte profeticamente, escreve a presidência do CELAM: "Na selva amazónica, de vital importância para o planeta, desencadeou-se uma profunda crise por causa de uma prolongada intervenção humana, onde predomina uma "cultura do descarte" (LS 16) e uma mentalidade extrativista. A Amazónia é uma região com uma rica biodiversidade, é multiétnica, pluricultural e plurirreligiosa, espelho de toda a humanidade que, em defesa da vida, exige mudanças estruturais e pessoais de todos os seres humanos, dos Estados e da Igreja. Esta realidade vai além do âmbito estritamente eclesial amazónico, porque focaliza-se na Igreja presente em todo o mundo e também no futuro de todo o planeta" (Instrumentum laboris para o Sínodo da Amazónia, preâmbulo).

A nota dos bispos latino-americanos exorta os governos dos países amazónicos, especialmente do Brasil e da Bolívia, às Nações Unidas e à comunidade internacional a tomarem medidas sérias para salvar o pulmão do mundo. O que acontece com a Amazónia – afirmam os bispos -, não é apenas uma questão local, mas global. Se a Amazónia sofre, o mundo sofre.

Recordando as palavras do Papa Francisco, - continua o texto da presidência do CELAM -, gostaríamos de "pedir, por favor, a todos aqueles que ocupam cargos de responsabilidade nos âmbitos económico, político e social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: [que] sejamos guardiães da criação, do projeto de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que os sinais de destruição e de morte acompanhem o caminho deste nosso mundo" (Homilia no início do ministério Petrino, 19 de março de 2013).

A declaração é assinada pelo presidente do CELAM, Dom Miguel Cabrejos Vidarte, arcebispo de Trujillo, Peru; pelo primeiro vice-presidente, arcebispo de São Paulo, Brasil, cardeal Odilo Pedro Scherer; pelo segundo vice-presidente, arcebispo de Manágua, Nicarágua, cardeal Leopoldo José Brenes Solórzano; pelo presidente do Conselho de Assuntos Económicos, arcebispo de Monterrey, México, Dom Rogelio Cabrera López; e pelo secretário-geral, bispo-auxiliar de Cali, Colombia, Dom Juan Carlos Cárdenas Toro.

VN

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