(RV) A
Praça São Pedro amanheceu em festa hoje, quinta-feira, dia 29 de Junho
de 2017, colorida com tapetes de flores de várias confrarias e
comunidades que vieram celebrar a Solenidade de São Pedro e Paulo,
padroeiros de Roma e alicerces da Igreja Católica.
O Papa Francisco celebrou a missa com os 36 arcebispos metropolitanos
nomeados no último ano. Na cerimónia, o Papa abençoou e entregou o
pálio aos novos arcebispos. Desde 2015, esta faixa não é mais colocada
pessoalmente pelo Papa nos ombros dos arcebispos; a imposição é
realizada nas respectivas arquidioceses pelo Núncio Apostólico no país.
O pálio é o símbolo do serviço e da promoção da comunhão na própria
Província Eclesiástica e em comunhão com a Sé Apostólica. Elaborado com
lã branca, tem cerca de 5cm de largura e dois apêndices – um na frente e
outro nas costas. Possui seis cruzes bordadas em lã preta.
É confeccionado pelas monjas beneditinas do Mosteiro de Santa
Cecília, em Roma, utilizando a lã de dois cordeiros que são oferecidos
ao Papa no dia 21 de Janeiro de cada ano na Solenidade de Santa Inês.
O pálio passou a ser usado pelos Metropolitanos a partir do século
VI, tradição que perdura até aos nossos dias. Nos primeiros séculos do
Cristianismo, era exclusivo dos Papas.
A liturgia de hoje, disse Francisco, na homilia, oferece três
palavras essenciais para a vida do apóstolo: confissão, perseguição,
oração.
“Quem sou Eu para ti?” é, prosseguiu o Papa, a pergunta que Jesus
dirige a todos nós e, de modo particular, a nós Pastores. É a pergunta
decisiva, face à qual não valem respostas de circunstância, porque está
em jogo a vida: e a pergunta da vida pede uma resposta de vida”.
Daí a questão fundamental de saber se, disse o Santo Padre, somos ‘Seus’ não só por palavras, mas com os fatos e a vida:
“Somos cristãos de parlatório, que conversamos sobre como andam as
coisas na Igreja e no mundo, ou apóstolos em caminho, que confessam
Jesus com a vida, porque O têm no coração?” questionou Francisco
advertindo que quem confessa Jesus, faz como Pedro e Paulo: segue-O até
ao fim; não até um certo ponto, mas até ao fim, e segue-O pelo seu
caminho, não pelos nossos caminhos.
O Papa passou em seguida à segunda palavra: perseguições.
“Também hoje, disse, em várias partes do mundo, por vezes num clima
de silêncio – e, não raro, um silêncio cúmplice –, muitos cristãos são
marginalizados, caluniados, discriminados, vítimas de violências mesmo
mortais, e não raro sem o devido empenho de quem poderia fazer respeitar
os seus direitos sagrados”.
A terceira palavra é oração. Francisco disse
“A vida do apóstolo, que brota da confissão e desagua na oferta, flui
dia-a-dia na oração. A oração é a água indispensável que alimenta a
esperança e faz crescer a confiança. A oração faz-nos sentir amados e
permite-nos amar. Faz-nos avançar nos momentos escuros, porque acende a
luz de Deus na escuridão da nossa vida. Na Igreja, é a oração que nos
sustenta a todos e nos faz superar as provações.
Afirmando que “a oração é a força que nos une e sustenta, é o remédio
contra o isolamento e a auto-suficiência que levam à morte espiritual”,
o Papa exortou: “Como é urgente haver hoje, na Igreja, mestres de
oração, mas antes de tudo, homens e mulheres de oração, que vivem a
oração!”.
Concluindo a sua homilia, Francisco assegurou aos cardeais e
arcebispos que o Senhor estará perto de todos “na opção de viver para o
rebanho imitando o Bom Pastor”, e saudou a delegação do Patriarcado
Ecuménico enviada pelo, disse, “querido Irmão Bartolomeu” em sinal de
comunhão apostólica.
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