(RV) O Papa
Francisco recebeu nesta sexta-feira, 9 de Junho, de manhã em audiência,
quarenta participantes na Assembleia Plenária do Pontifício Conselho
para o Dialogo Inter-religioso que teve por tema “O Papel da Mulher na
Educação á Fraternidade Universal”. Um tema que o Papa considerou de
primária importância para o caminho da humanidade em direcção à
fraternidade e à paz, um caminho marcado por dificuldades e obstáculos.
Francisco sublinhou ainda que esse papel da mulher é hoje-em-dia
ofuscado e muitas vezes não reconhecido devido a tantos males que
afligem o mundo e atingem a dignidade da mulher. Com efeito – disse -
mulheres e crianças são frequentemente vítimas de uma violência cega
que lacera as famílias e a sociedade e impedem à mulher, em comunhão de
intentos com o homem, desempenhar, de forma eficaz e serena, a sua
missão de educadora. O Papa submeteu à reflexão sobre esta matéria três
aspectos: valorizar o papel da mulher, educar à fraternidade e dialogar.
No que toca ao primeiro ponto, o Papa disse que é preciso um maior
reconhecimento do papel da capacidade da mulher de educar à fraternidade
universal. Quando isto acontece, a sociedade se transforma
positivamente e consegue reflectir melhor sobre a unidade da família
humana. Nisto estão as premissas para o consolidação autentica da
fraternidade.
“Constitui, portanto, um benéfico processo, o da crescente
presença das mulheres na vida social, económica e política a nível
local, nacional e internacional, assim como também eclesial. As mulheres
têm pleno direito de se inserir em todos os âmbitos e este seu direito
deve ser afirmado e protegido também através de instrumentos legais, lá
onde se revelarem necessários. Trata-se de ampliar os espaços de uma
presença feminina mais incisiva”.
Passando ao segundo ponto – educar à fraternidade, o Papa recorda que
enquanto educadoras, o contributo das mulheres é inestimável e que
homens e mulheres são chamados a contribuir para a educação à
fraternidade universal que, em última análise é educação à paz, na
complementaridade das diversas sensibilidades e dos próprios papeis.
“Assim, as mulheres, ligadas intimamente ao mistério da vida,
podem fazer muito para promover o espírito de fraternidade, com a sua
atenção à preservação da vida e com a sua convicção de que o amor é a
única força que pode tornar o mundo mais habitável para todos.”
Graças às mulheres, muitas vezes as únicas a cuidar dos mais débeis e
frágeis, se pode ultrapassar a cultura do descarte – disse Francisco.
Quanto ao terceiro ponto – Dialogar - o Papa frisou ainda que muitas
vezes as mulheres se empenham mais do que os homens a nível do diálogo
da vida no âmbito inter-religioso e contribuem assim para uma melhor
compreensão dos desafios ligados às realidades multiculturais. Podem,
por isso, ser inseridas plenamente nos intercâmbios a nível de
experiência religiosa e a nível teológico.
“Muitas mulheres estão bem preparadas para enfrentar
encontros de diálogo inter-religioso ao mais alto nível e não apenas da
parte católica. Isto significa que o contributo das mulheres não deve
ser limitado a actualizações “femininas” ou a encontros só entre
mulheres. O diálogo é um caminho que a mulher e o homem devem percorrer
juntos. Hoje mais do que nunca é necessário que as mulheres estejam
presentes”.
O Papa concluiu a sua alocução, sublinhando ainda que a mulher, com
as suas características peculiares e capacidade de auscultar, de acolher
e de se abrir generosamente aos outros, pode dar um contributo
importante para o diálogo.
(DA)
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