(RV) O Papa Francisco confirmou nesta segunda-feira dia 17 de novembro a sua presença no 8.º Encontro Mundial das Famílias que vai decorrer em setembro de 2015, na cidade norte-americana de Filadélfia. Foi no âmbito da 1ª sessão do Simpósio Inter-religioso internacional subordinado ao tema “A complementaridade entre homem e mulher”. Os trabalhos estão a decorrer na Sala Paulo VI e foram abertos pelo promotor do encontro, o Card. Gerhard Müller, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.
Dirigindo-se aos participantes, o Papa Francisco iniciou frisando que
a complementaridade, base do matrimónio e da família, é uma grande
riqueza, bem e beleza. Já na 1ª Carta de São Paulo aos Coríntios consta
que homem e mulher são como ‘membros do corpo humano que se completam’.
“A meditação que vocês realizam abrange as ‘harmonias’ que estão no
centro de toda a Criação. A ‘harmonia’ é a palavra-chave para entender a
complementaridade”, frisou o Santo Padre.
“Lugar principal onde começar a respirar valores e ideais e realizar
potenciais de virtude e caridade, a Família é também lugar de tensões,
mas igualmente lugar onde resolver tensões. Hoje, matrimónios e famílias
estão em crise. Cada vez mais pessoas renunciam ao matrimónio como
compromisso público. Esta revolução do costume e da moralidade é
frequentemente interpretada como ‘liberdade’, mas causa devastação
espiritual e material a inúmeros seres humanos, especialmente os mais
vulneráveis. E o declínio da cultura do matrimónio é associado ao
aumento da pobreza e a uma série de problemas sociais que atingem de
modo desproporcional mulheres, crianças e idosos. São sempre eles os que
mais sofrem com esta crise, que originou a ‘crise da ecologia humana”.
A este ponto, o Papa fez uma crítica à lentidão da Igreja:
“A humanidade compreendeu a necessidade de enfrentar aquilo que
constitui uma ameaça aos nossos ambientes naturais; somos lentos,
inclusive em nossa cultura católica, em reconhecer que nossos ambientes
sociais estão em risco. É necessário promover uma nova ecologia humana e
fazê-la progredir”.
O Papa Francisco pediu aos relatores e participantes ressaltarem, no
âmbito dos debates, a outra verdade sobre o matrimónio: “que o
compromisso definitivo com a solidariedade, a fidelidade e o amor
fecundo atende aos anseios mais profundos do coração humano”.
Improvisando, o Papa acrescentou que os jovens devem ser
revolucionários e ter coragem de procurar um amor forte e duradouro;
devem ir contra a corrente. E advertiu: “Não podemos ser rotulados com
conceitos ideológicos. Não se pode falar hoje da ‘família conservadora’
ou de ‘família progressista’: família é família; tem uma força em si”.
“Que este encontro possa ser fonte de inspiração para todos os que
sustentam e reforçam a união do homem e da mulher no matrimónio como um
bem único, natural, fundamental e belo para as pessoas, as famílias, as
comunidades e as sociedades”, concluiu o Papa Francisco
(RS/CM)
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